"O racionamento da demanda é inevitável, dada a insuficiência das reservas mundiais de soja. Isso deve reduzir os níveis de esmagamentos para abaixo do registrado no ano anterior no período julho-dezembro, e, proporcionalmente, reduzir a produção mundial de óleo e farelo de soja." Os futuros da soja atingiram maior alta já registrada na segunda-feira, após três semanas de clima quente e seco no cinturão de grãos e soja dos EUA.
Esperava-se que os Estados Unidos, maior exportador de soja do mundo, assumisse um papel ainda maior no fornecimento mundial de soja nos próximos meses, após reduzida safra dos grãos no Brasil e Argentina, segundo e terceiro maiores exportadores. "A atual seca nos EUA pode se tornar um desastre para a indústria pecuária mundial, uma vez que segue a reduzida safra sul-americana de soja, colheitadas no início do ano", disse a Oil World.
"Com a deterioração das perspectivas de produção para o milho..., a demanda por alimentos alternativos para ração como o farelo de soja deve aumentar, o que explica o porque de a soja ter acompanhado a alta dos preços do milho nas últimas cinco semanas." A deterioração das lavouras norte-americanas fará com que seja mais difícil para os exportadores do país atender a demanda global por grãos, farelo e óleo de soja pelos próximos seis meses, mesmo que os estoques dos Estados Unidos sejam drasticamente reduzidos, afirmou a consultoria.
As exportações de soja do EUA para setembro 2012/fevereiro 2013 devem aumentar para 32 milhões de toneladas, das 24,49 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior, disse a Oil World.
As exportações brasileiras de grãos de soja nesse período devem cair para 4,4 milhões de toneladas, ante 10,02 milhões de toneladas anteriormente, e na Argentina esse número deve ser de 540 mil toneladas, em comparação com os 3,72 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior, segundo previsões da consultoria. Ainda assim, o total de exportações para o período de setembro 2012/fevereiro 2013 deve cair em 1,5 milhões de toneladas no ano, para 41,43 milhões de toneladas, apesar dos grandes envios dos Estados Unidos, acrescentou.
"Isso vai exigir um racionamento da demanda, ou ao menos um adiamento da demanda dos países importadores, inclusive a China", declarou a Oil World. "Resta ver até que ponto a China vai mudar sua demanda de grãos de soja para a canola". Existe potencial para grandes compras chinesas de canola/colza nos preços atuais, que são atrativos se comparados aos preços da soja, disse a consultoria.
As informações são da Reuters, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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