Dados da Organização Mundial de Comércio (OMC), divulgados este ano, apontam que o Brasil exportou US$ 61,4 bilhões em produtos agropecuários em 2008, comparado com US$ 54 bilhões do Canadá. Em 2007, os canadenses mantinham estreita vantagem, com vendas de US$ 48,7 bilhões, ante US$ 48,3 bilhões do Brasil.
Entre 2000 e 2008, as exportações agrícolas do Brasil cresceram 18,6%, em média, por ano, acima dos 6,3% do Canadá, 6% da Austrália, 8,4% dos Estados Unidos e 11,4% da União Europeia. Em 2000, o País ocupava o sexto lugar no ranking dos exportadores agrícolas.
Uma série de fatores garantiu o avanço da agricultura brasileira nos últimos anos: recursos naturais (solo, água e luz) abundantes, diversidade de produtos, um câmbio relativamente favorável até 2006 (depois a valorização do real prejudicou a rentabilidade), o aumento da demanda dos países asiáticos e o crescimento da produtividade das lavouras.
"Houve uma mudança nas vantagens comparativas em favor do Brasil, que teve um custo de produção baixo para vários produtos nesse período graças aos seus recursos naturais e ao câmbio", disse o analista sênior da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Garry Smith.
Para o sócio-diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, "o Brasil é hoje a única grande agricultura tropical do planeta". Ele ressalta que o aproveitamento da terra é melhor na zona tropical. Em algumas regiões do Brasil, é possível plantar milho depois de colher soja, o que significa duas safras no mesmo ano.
Graças às pesquisas da Embrapa, o aumento da produtividade teve um papel fundamental no crescimento da produção agrícola brasileira. Entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos no País subiu 1,7% ao ano, mas a produção cresceu 4,7%. "Tivemos uma forte expansão da produtividade e um aumento da área plantada entre 2000 e 2005", disse o diretor do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), André Nassar.
Segundo o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessoa, a expansão da safra de soja e o aumento da produção de carnes foram os principais responsáveis pelo avanço recente do Brasil na exportação agrícola. No complexo soja (grão, farelo e óleo), as exportações mais do que quadruplicaram, saindo de US$ 4,2 bilhões em 2000 para US$ 17,2 bilhões em 2009. As vendas de carne bovina subiram de US$ 813 milhões para US$ 4,2 bilhões no período, e as de carne de frango, de US$ 735 milhões para US$ 5,8 bilhões.
"Saímos de uma posição insignificante para nos tornarmos maior exportador do mundo de carne bovina e de frango", disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Francisco Turra, que era ministro da Agricultura em 1998, quando o Brasil conseguiu a certificação da Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) e pôde começar a exportar.
Nos produtos tradicionais, como café, suco de laranja e açúcar, o País manteve a liderança. A participação brasileira no mercado de café oscilou entre 29% e 33% nos últimos 10 anos, apesar do avanço do Vietnã. "O Brasil é líder na exportação mundial de café desde 1860", diz o diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Guilherme Braga.
O Brasil já ocupa o primeiro lugar no ranking de exportação em vários produtos agrícolas: açúcar, carne bovina, carne de frango, café, suco de laranja, tabaco e álcool. Também é vice-líder em soja e milho e está na quarta posição na carne suína.
O País, no entanto, ainda está distante de ser o maior exportador de alimentos do mundo. Os EUA e a UE exportaram mais que o dobro do Brasil. Em 2008, os americanos venderam quase US$ 140 bilhões em produtos agrícolas, e os europeus embarcaram US$ 128 bilhões.
"Para superar esses países, temos de fazer um gigantesca lição de casa", disse o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. "O Brasil precisa de uma estratégia agrícola que englobe várias áreas do governo."
Os especialistas não arriscam prever quando ou se o Brasil vai alcançar a liderança, mas dizem que o potencial de crescimento ainda é significativo, principalmente para carnes, milho e álcool. O País ainda não vende carne a alguns países por restrições sanitárias. No etanol, a exportação deve aumentar muito quando o mercado se consolidar.
A matéria é de Raquel Landim, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Igor Vaz
Pelotas - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 08/03/2010
Arrisco a dizer que se não fosse a nossa politica podre, altos impostos, infraestrutura precária, os bolcheviques (lulla, pt, mst, ecoxiitas) etc, já teriamos passado da UE há muito tempo.