O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, sugeriu no domingo que a conferência de Copenhague, seriamente enfraquecida por obstáculos, vise alcançar acordos políticos sobre cortes nas emissões e financiamento, mas que seja adiada a redação de um tratado que obrigue seus signatários legalmente a cumprir os dispositivos.
O presidente dos EUA, Barack Obama, cuja dificuldade em fazer aprovar um pacote interno sobre mudanças climáticas em seu país vem sendo um dos principais obstáculos ao fechamento de um acordo global, aderiu rapidamente ao plano proposto pela Dinamarca.
A ministra dinamarquesa do Clima e da Energia, Connie Hedegaard, disse que os países ainda poderão acordar medidas sobre elementos chaves como reduções nas emissões de gases estufas pelos países desenvolvidos e novos financiamentos para ajudar os países em desenvolvimento.
Ela disse que a cúpula de dezembro deve fixar um prazo final claro para a definição e assinatura de um texto legal completo. Há negociações programadas para Bonn em meados de 2010 e para o México em dezembro de 2010.
"Talvez um prazo final realista seja o encontro do México, mas isso depende de quão longe as partes vão avançar nas questões cruciais", disse ela a jornalistas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse na cúpula da ONU sobre alimentos, em Roma, que o pacto climático é crucial para combater a fome global, na medida em que as mudanças climáticas prejudicam a produção agrícola nos países pobres. "Não pode haver segurança alimentar sem segurança climática", disse ele. "No mês que vem, em Copenhague, precisamos de um acordo abrangente que forneça uma base firme para um pacto legalmente compulsório sobre mudanças climáticas."
Os países pobres insistiram que é possível fechar um acordo definitivo em dezembro, embora Obama e a maioria dos outros líderes pense que essa possibilidade já deixou de existir, especialmente porque é pouco provável que o Senado americano aprove até dezembro as leis que vão impor limites às emissões de carbono.
O aumento da qualidade de práticas agrícolas será o trunfo do setor para contribuir com o corte de emissão de gases de efeito estufa anunciado pelo governo na última sexta-feira, na avaliação do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. A redução de emissões brasileiras até 2020 está prevista de 36% a 39%, das quais uma fatia entre 4,9% e 6,1% caberá ao setor agropecuário.
"O que a agricultura fará não é o uso de tecnologia de prateleira, mas de tecnologias que já estão em prática neste momento. São coisas que a agricultura já vinha fazendo", considerou, após participar da câmara temática de insumos agropecuários, realizada na sede do Ministério da Agricultura.
A intenção do governo, de acordo com Stephanes, é a de que o setor intensifique as práticas benéficas ao meio ambiente, como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária e a fixação biológica de nitrogênio.
Como contrapartida, o ministro espera que os produtores e pecuaristas tenham acesso a mais linhas de crédito, à assistência técnica e a condições diferenciadas de juros e de pagamento de prêmio de seguro. "É preciso ter mais linhas de financiamento que premiem aqueles que efetivamente adotarem a tecnologia", defendeu.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Humberto de Freitas Tavares
Ribeirão Preto - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 17/11/2009
Saiba por que Obama chutou o pau da barraca na entrevista de José Carlos Azevedo:
http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=57622
Pluralidade é bom e eu gosto. Dogmatismo é uma droga...