Hoje, no Brasil, há regiões oficialmente associadas a certos itens. O Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, foi o primeiro território identificado pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) a um produto, o vinho, em 2002. Mais recentemente, Paraty/RJ recebeu sua certificação de indicação geográfica para as cachaças. O café do cerrado mineiro também tem a sua certificação desde 2005, e os produtores da região mogiana, no interior de SP, estão em vias de obter a certificação oficial.
Entre os motivos da valorização de produtos com origem geográfica garantida estão a segurança de rastreabilidade, no caso de alimentos, e uma reação à "homogeneização" da produção globalizada, segundo o sociólogo Dario Caldas, do Observatório de Sinais. "Há uma busca de identidade dos produtos", afirma.
A criação dessa identidade passa pela organização dos produtores locais, como explica a autora do livro "Design e Território", Lia Krucken, professora da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. "Essa é uma tendência mundial, até para proteger certos modos de produção." O papel do design nesse processo, além de formatar o produto, é de informar o consumidor sobre a sua origem. "A embalagem, por exemplo, precisa aproximar o consumidor do território", afirma a autora.
Nos supermercados, a mais nova amostra de produtos regionais são os cafés Regiões do Brasil. De acordo com as pesquisas feitas pela fabricante, o consumidor ainda não distingue o café pelo local de produção. "Buscamos, por meio das embalagens e em degustações, explicar as diferenças entre as regiões, seu impacto nas características do café", diz Isabela Tarsitano, diretora de marketing da Melitta.
As informações são de Débora Mismetti, da Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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