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Ovinocultura: o novo "boom" pecuário no Chile

postado em 02/02/2011

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Preços altos, menor oferta de países produtores, como Nova Zelândia e Austrália, e uma maior rentabilidade em comparação com setores tradicionais, como o setor leiteiro, engorda de bovinos e cereais, explicam o auge que vive hoje a pecuária ovina no Chile. Por esse motivo, as apostas no setor estão aumentando. Aos maiores operadoras da indústria local - a família Marín e o grupo Matetic, ambos da XII Região -, uniram-se a novos participantes, em particular, na região centro-sul. Nas regiões de La Araucanía, Los Lagos e Los Ríos, o número de produtores com mais de 200 ovelhas duplicou em 10 anos de acordo com o último censo agrícola. A isso se une outro fenômeno: a crescente conversão de terras, onde os produtores estão trocando vacas por ovelhas.

"É um boom. Há duas temporadas, o cordeiro esteve a US$ 2 o quilo na vara (pronto para processar ou consumir) e hoje, está em US$ 4,20. O preço ao produtor teve um aumento de 105% em dois anos", disse o presidente do grupo Empresas Marín, José Marín. Isso está gerando mais investimentos. "Estamos pensando em trazer trigo ou aveia à zona sul para acelerar a engorda dos cordeiros".

Com isso, as exportações de ovinos vêm crescendo. "Os volumes subiram de uma média anual de 3.400 toneladas entre 1991 e 2000 para 5.300 toneladas por ano nos últimos três anos", disse a gerente de estudos da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Ema Budinich. Em 2010, o volume exportado registrou um recorde: 6.827 toneladas, muito similar ao exportado em 1990. Comparando-se um retorno por quilo de carne exportada entre 1990 e 2000, aprecia-se um aumento de US$ 1,15 para quase US$ 2 por quilo. "Mais impressionante ainda é a evolução nos últimos 10 anos: o retorno chegou a US$ 4,76 em 2010, com uma alta de 145%".

O crescente interesse em produzir cordeiros na zona centro-sul se reflete na alta dos investimentos por parte das plantas de abate para exportação: "Antes, somente se abatiam bovinos; hoje, isso se ampliou para o setor ovino", disse o diretor do Serviço de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa), Gustavo Rojas.

As perspectivas são boas. Ainda que se espere uma redução da demanda na Europa - maior cliente do Chile -, os mercados do Oriente, em particular a China, estão em alta e o Brasil tem aparecido como potencial destino. Segundo Marín, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) disse que "faltarão 30 milhões de cordeiros nos próximos cinco anos para abastecer a demanda mundial, o que gera a possibilidade de desenvolver com mais força o negócio nas regiões não típicas". Nesse contexto, os projetos privados somam e seguem.

No Carnes Ñuble, o cordeiro vem ganhando mais peso dentro do negócio total. Hoje, é 5% das vendas da holding - que aumentaram para US$ 150 milhões -, mas chegará a representar 10% em dois anos. Para 2011, "as vendas de cordeiros - hoje de US$ 7,5 milhões - crescerão 10%, chegando a pouco mais de US$ 8 milhões", disse o gerente do Negócio Ovino do Carnes Ñuble, Víctor Valencia. A firma produz 8 mil cordeiros, mas aumentará para 13 mil cordeiros até 2013. Foram investidos um total de US$ 6 milhões nesse negócio, incluindo uma planta. Destinam 1.300 hectares para ovinos.

Em 01/02/11 - 1 Peso Chileno = US$ 0,00203
477,986 Peso Chileno = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do La Tercera, traduzida, resumida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

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