Para superar esses desafios, o Brasil terá papel relevante no cenário agrícola mundial, o que criará oportunidades tanto para pequenos como para grandes agricultores. A opinião é de especialistas que participaram nesta quinta-feira do painel "Segurança Alimentar e Demandas por Alimentos", durante o Fórum Sebrae de Conhecimento, que ocorre até amanhã em Brasília.
Até 2050, a demanda por carne no mundo deve dobrar, e crescerão as pressões por aumento do uso de biocombustíveis, como solução ambiental para redução da emissão de gases de efeito estufa. "E nesse contexto devem ser adicionados também a escassez de água no futuro, as mudanças climáticas e a degradação de solo", disse Helder Muteia, representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil. As mudanças climáticas podem provocar alterações no ciclo de chuvas, o que pode influenciar plantios de algumas culturas. "Pode ser que alguma cultura da Amazônia ganhe espaço, por exemplo, no mundo", afirmou Muteia.
Para o diretor de novos negócios da Syngenta, Renato Seraphim, o desafio de alimentar a crescente população mundial terá de ser resolvido pelo aumento de área agriculturável e pela produtividade. O Brasil tem espaço para ganhar nesse cenário, o que abre oportunidades para pequenos e grandes agricultores.
A América Latina ainda detém 41% da área agriculturável no mundo - 90% estão no Brasil. Além disso, o país tem hoje 190 milhões de hectares destinados à pecuária, enquanto possui um rebanho de pouco mais de 170 milhões de cabeças de gado, o que dá quase uma cabeça por hectare. "Essa relação pode ser quadruplicada ou quintuplicada com tecnologia, o que abre mais espaço para produtividade, enquanto a eventual transformação de área de pastagem para outras culturas pode criar negócios para pequenos e grandes agricultores", disse Seraphim.
Para a pesquisadora Lucia Yuyama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Amazônia tem várias culturas que podem ser mais exploradas nos próximos anos, como a aquicultura. O consumo de pescados no Brasil ainda está abaixo dos 16 quilos per capita, média mundial, e poderia ser uma forma de ampliar a dieta do brasileiro dos próximos anos, sem pressões sobre o meio ambiente.
A reportagem é do Valor Econômico, adaptada pela Equipe Agripoint.
Nagato Nakashima
Candeias do Jamari - Rondônia - Consultoria/extensão rural
postado em 18/11/2011
Brasil é um grande celeiro que poderá contribuir no abastecimento das necessidades mundiais, porém para que ninguém coloque dúvida no nosso produto é preciso um serviço de assistência técnica mais efetivo e que ônus não seja de quem produz.