Segundo Mantega, estão livres da taxação do IOF as aplicações em bolsa de valores, as subscrições em lançamentos de ações (IPO's), os empréstimos estrangeiros, investimentos estrangeiros diretos, as operações de derivativos em renda variável e em índices de ações.
O objetivo é restringir a entrada do capital estrangeiro. Em janeiro deste ano, entrou R$ 1,6 bilhão para ser aplicado em renda fixa, ante um fluxo "menor que 10% disso" em 2007.
Segundo ele, com a eliminação do IOF para exportadores, o governo deixará de arrecadar R$ 2,2 bilhões neste ano. Já a eliminação da cobertura cambial vai reduzir o custo dos exportadores.
Para analistas de mercado, o pacote cambial terá efeito limitado, ou nulo, na cotação do dólar em relação ao real, apesar de melhorar a produtividade e eficiência dos exportadores.
Segundo o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Vanderlei Arruda, as medidas vão impactar apenas os pequenos negócios que não têm tanto peso para mexer na cotação do dólar.
Para o economista da Modal Asset Mangement, Alexandre Póvoa, a cobrança de IOF é um tiro no pé, que só vai aumentar a arrecadação do governo. Em relação à eliminação da cobertura cambial, ele acredita que tem efeito nulo na movimentação do dólar. "As empresas não vão querer deixar o dinheiro lá fora e perder o diferencial de juros do Brasil", argumentou.
Na análise do economista chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani, as medidas cambiais nem darão um grande alívio para os exportadores nem irão conter a desvalorização do dólar. "O governo quis demonstrar que está preocupado com os setores exportadores que estão sendo afetados pela valorização do real em relação ao dólar. Trata-se de uma satisfação política. Os efeitos práticos serão marginais", alfinetou.
As informações são de Lu Aiko Otta, Renée Pereira e Márcia de Chiara, do O Estado de S.Paulo.
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