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Para leitor, consumo incipiente de carne ovina é um dos desafios da ovinocultura no Ceará

postado em 06/01/2014

3 comentários
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O produtor Fernando Lima, de Fortaleza/CE, enviou um comentário para a enquete proposta pelo FarmPoint sobre os 3 principais desafios da ovinocultura em 2014. Na sua opinião, o consumo de carne ovina no Ceará ainda é incipiente e os principais motivos disso são de ordem cultural. Abaixo leia a carta na íntegra e participe deixando o seu comentário e a sua opinião sobre o assunto.

“Saudações amigos criadores! Estou debutando na ovinocultura, pois tenho maior vivência na criação de bovinos, e em função disso, ainda não possuo uma opinião ampla e abalizada sobre as nuances mercadológicas dessa atividade no Brasil. Porém, já carrego certa preocupação com relação à resistência de consumo, principalmente, por parte do público feminino cearense e, no nosso Estado, geralmente, são as mulheres que vão aos supermercados adquirir os gêneros alimentícios domésticos, fazendo com que a carne ovina seja a preterida no rol de opções existentes nas gôndolas, razão pela qual, não há tanta oferta como a de outras espécies.

Comentam que os motivos são de ordem cultural (redução do status é um dos parâmetros históricos desse grupo) e preços avultados dos cortes. Tem sido complicado reverter tal situação! Alguém tem alguma sugestão? Abraços, Fernando”.


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Comentários

Octávio Rossi de Morais

Sobral - Ceará - Pesquisa/ensino
postado em 07/01/2014

Caro Fernando, sou mineiro, mas trabalho na Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral-CE. Acredito que sua observação tem bastante fundamento, mas também há um pouco de exagero. Quanto aos preços, de acordo, os cortes são muito caros, especialmente se comparados aos preços da carne ovina encontrada no interior do Estado, animais abatidos sem fiscalização. Quanto à cultura cearense, é verdade que muita gente associa a carne ovina (carne de criação) ao baixo nível social, mas isto ocorre principalmente nas camadas de menor poder aquisitivo, pois a classe média e os mais abastados já têm a carne ovina como carne especial, que disputa espaço com a picanha nos churrascos. O que ocorre talvez é que estamos num momento de transição, onde a carne ovina é desprezada por uns e super valorizada por outros. A solução, acredito, passa por uma maior profissionalização da produção e pela formalização dos mercados, mesmo que isto represente aumento do preço médio ao consumidor.

Octávio Rossi de Morais

Sobral - Ceará - Pesquisa/ensino
postado em 07/01/2014

Ainda sobre a carne ovina no Ceará. Como comentei, sou mineiro, e vi aqui no Ceará o que gostaria de ver um dia no Sudeste. Em qualquer cidade cearense é possível encontrar locais onde se serve a carne ovina, cozida, assada no forno ou na brasa. Tem sempre um local especializado na "carne de carneiro" ou mesmo na buchada. Assim acho que não há problema de consumo, especialmente se considerarmos que o Ceará tem 2 milhões de cabeças de ovinos e ainda importa carne de fora para abastecer seus mercados. O que falta mesmo é uma maior organização da produção e a valorização da atividade. Um abraço!

Pedro Alberto Carneiro Mendes

Fortaleza - Ceará - Consultoria/extensão rural
postado em 07/01/2014

Caro Fernando
Um abraço

Já faz um certo tempo (15 anos) que trabalho exclusivamente com ovinos e caprinos na EMATERCE e ainda não consegu i mudar muito essa cadeia produdiva, seja,  pelo forte
tradicionalismo existente ou por não termos produtores com rebanhos representativos.
Em nosso Estado por exemplo a média de animais por criador é de 30 cabeças e por consequencia 10 matrizes para as duas espécies o que permite apenas uma exploração de subsistência.
Por outro lado os preços de mercado (supermercados e frigoríficos) são realmente
aviltantes, não se concebe um kg de alcatra de boi desossada custar menos do que um kg de costela de carneiro e quando se fala em leite em pó de caprinos e leite de vaca bote diferença nisso.
Temos a considerar ainda que a carne de carneiro como a de suinos é para fim de semana, o consumo diário é do homen interioranos de baixa renda.
Poderia escrever quase um livro sobre isso, entretanto desejo apenas conversar mais com você sobre o assunto;

E-mail pedroalberto41@yahoo.com,br

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