A produção de carne de cordeiro orgânica é produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto e economicamente viável. Este sistema produtivo passa periodicamente por avaliação e certificação, que garante carne isenta de antibióticos e produtos que podem ser prejudiciais à saúde. Para isso, os ovinos precisam ser alimentados com pastagem livre de agrotóxicos e recebem medicamentos fitoterápicos.
De acordo com Pierre Landolt, proprietário do Instituto Fazenda Tamanduá, com a certificação também é possível ter o acesso ao mercado, padronização da qualidade e do produto. Entretanto, esse processo é um pouco complicado, porque a quantidade de inspetores credenciados no Nordeste é reduzida. Além disso, um dos fatores limitantes para produção de carnes de ovinos orgânicos foi a falta de frigoríficos apropriados na Paraíba. Porém, atualmente existe um trabalho desenvolvido com o serviço de inspeção municipal e o Ministério da Agricultura, que poderá ser uma solução para essa problemática.
Pierre Landolt destaca ainda o trabalho que a Emepa vem desenvolvendo na ovinocultura. “Temos a sorte de trabalhar com pessoas que têm conhecimento em ovinos há mais tempo do que eu. Com esse projeto, levaremos ao produtor nordestino um sistema de produção simples e adaptável a realidade local do semiárido”.
Certificação - Qualquer produtor pode conseguir a certificação. Para isso, é necessário entrar em contato com as empresas fiscalizadoras e seguir as exigências que são determinadas. Os principais órgãos certificadores no Brasil são o Instituto Biodinâmico (IBD), credenciado pela IFOAM e que tem seu selo aceito em mercados internacionais e a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), que tem seu selo aceito apenas no mercado nacional. Ambos recebem a capacidade de certificação por delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, que realiza inspeções nas certificadoras para garantir o respeito às normas que foram estabelecidas.
Segundo o coordenador do projeto, Wandrick Hauss de Sousa, esse trabalho realizado em parceria com a Fazenda Tamanduá permitirá compartilhar o conhecimento que o instituto tem nesse segmento. “A Emepa tem uma grande experiência em produção de caprinos e ovinos, pesquisa e desenvolvimento, mas ainda não tinha trabalhado com produção orgânica. Essa parceria abriu as portas para uma nova linha de pesquisa, que vai dividir conhecimento com parceiros, pequenos e médios produtores. O Instituto entrará com a certificação e todo pacote tecnológico de produção de ovino orgânico, porque ele tem o abate e a comercialização de forma organizada”.
Para o presidente da Emepa, Manoel Duré, é uma preocupação do Governo do Estado desenvolver mais a produção orgânica, investindo cada vez mais em uma cultura agroecológica, visando o bem-estar e a saúde da população por meio da produção de produtos saudáveis.
As informações são da Emepa, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
Cassimiro José Dantas
Pedro Avelino - Rio Grande do Norte - Consultoria/extensão rural
postado em 08/07/2014
Quero parabenizar pelo brilhante trabalho, parabéns!