A merenda escolar da rede pública da Paraíba está mais nutritiva. Há seis meses, o estado resolveu trocar o refrigerante por leite e iogurte de cabra produzidos na região. Cerca de 700 produtores vendem os alimentos às escolas por meio do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) na Paraíba, Marçal Cavalcanti, conta que o leite e o iogurte de cabra são distribuídos para 370 escolas do estado. "Nós estamos incluindo os produtores e melhorando a nutrição de crianças e jovens em estado de insegurança alimentar nas escolas", destaca Cavalcanti, que participou hoje da reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), em Brasília,.
Membro do conselho e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Renato Maluf explica que o leite de cabra é uns dos leites mais ricos da cadeia alimentar, só tem menos nutrientes do que o leite materno. Na reunião do Consea, Maluf defendeu a aprovação da Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional (Losan).
"A segurança alimentar e nutricional não diz respeito a apenas atenuar a fome e a desnutrição. Diz respeito a todos nós, à forma que todos nós comemos, como a gente produz, os danos que estamos causando à natureza por estar produzindo dessa forma, onde está indo parar a nossa cultura alimentar", lembra Renato Maluf.
A reportagem é de Valéria Amaral, da Agência Brasil.
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Paraíba inclui leite de cabra na merenda escolar
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Adriano Aquino
Recife - Pernambuco - Produção de leite
postado em 22/10/2006
O Brasil tem umas coisas...
Ao mesmo tempo que a Paraíba, diz o artigo, avança nessa área, devo comentar o que acontece aqui em Pernambuco. Há cerca de 10 semanas estou vendendo todo o leite de cabra que produzo para um laticínio localizado a mais de 100 km de distância do meu criatório, mas que, mesmo assim, e para que vocês vejam como o interesse do laticínio é grande, apanha, semanalmente, o leite lá na minha propriedade (e, como digo abaixo, a quantidade não é grande).
Mas produzir no Brasil não é fácil: essa minha venda está ameaçada porque, segundo o órgão público que regula essa venda (pois o laticínio me compra o leite para colocar no programa alimentar do Governo - e os produtores só podem vender para este programa se forem cadastrados em tal órgão, não sou "pequeno produtor", pois não sou pobre e porque não moro na propriedade. Contudo, a minha produção, por dia, é de 30 a 50 litros (se isso não for ser pequeno produtor, eu não sei o que é ser pequeno produtor!).
Assim, o laticínio quer continuar a me comprar o leite, o programa do Governo precisa de mais leite (o laticínio, me informa, tem uma demanda diária de cerca de 400 litros e ainda não tem fornecedores suficientes para atingir tal patamar), as criançaas estão nas escolas precisando tomar o leite, mas o citado órgão público não quer me cadastrar como produtor (e, assim, permitir que eu continue a vender para este laticínio), embora não existam, na região, um número suficiente de "pequenos produtores" (oficialmente reconhecidos como tal).
Desse modo, as crianças nas escolas precisam de leite, o laticínio quer me comprar, eu quero vender, o quantitativo de produtores não é suficiente para dar conta da demanda e o órgão público não quer me deixar vender, de modo que o laticínio vai continuar sem ter quem venda todo o leite de que ele precisa! Pode???
E que não se argumente que se eu continuar a vender o leite para esse laticínio, esse fato vai impedir o surgimento de "pequenos produtores" e que, assim, eu estaria atrapalhando essas pessoas não tão favorecidas do ponto de vista financeiro quanto eu, pois há mais de 1 ano que esse laticínio (de propriedade de um homem que sequer precisa disso para viver, mas que entrou no negócio para desenvolver essa atividade na região) tenta, através de diversas medidas, fomentar o surgimento de "pequeno produtores" e não consegue fazê-lo em número suficiente a atender sua demanda! Eu até entenderia que, entre eu (que não vivo disso) e produtores pobres ou não tão pobres, mas que precisassem disso para viver, fosse dada preferência, na hora de comprar o leite, a estes produtores, mas, se estes outros produtores não existem (e, como eu disse, faz tempo que o laticínio tentar fazer com que eles existam), que razão subsiste para eu não poder vender o meu leitinho???
Resultado: deverei cessar a venda em breve!
Eita Brasil danado, eita burocracia, eita visão pequena de quem conduz nossas políticas de produção rural!!!
Adriano Aquino