A região tem a maior produção de leite de cabra do Brasil, com quase 500 mil litros/mês, de acordo com informações do "Programa do leite da Paraíba" e terá também a fábrica que transformará 100 mil litros diários de leite em pó.
A produção leiteira caprina na Paraíba, até 2002, não existia. Para desenvolver esse potencial econômico, o Sebrae/PB apóia a atividade. A boa nova para 2009 é que a iniciativa poderá receber mais recursos. O governo estadual está negociando verbas para várias atividades como o artesanato, minérios e cajucultura, além da caprinocultura, que renderá um financiamento da fábrica de processamento do leite em pó.
Avaliada em quase R$ 8 milhões, a usina será instalada com apoio financeiro do Governo Federal, conforme o coordenador do programa do leite, Aldomário Rodrigues. "Projetamos uma indústria com uma produção diária de 100 mil litros. A fábrica permitiria que o produto do Cariri atendesse ao mercado nordestino com um diferencial", explicou Aldomário, que enviará o projeto para os ministérios federais.
A perspectiva do leite de cabra como produto de valor agregado no mercado é resultado de um trabalho de conscientização do produtor rural desenvolvido ao longo dos últimos seis anos. "Não foi fácil modificar a realidade de um produto local que não era consumido no Cariri", explica um dos gestores do projeto, o agrônomo Samuel Mayer. Ele espera que produção chegue a um milhão de litros de leite por mês. "Pretendemos também incluir mais 50% de produtores locais no programa em até dois anos", completou.
Dos 32 municípios do Cariri, o projeto da caprinovinocultura abrange 22, entre eles, Monteiro, Sumé, Cabaceiras, Riacho de Santo Antônio, Livramento, Amparo, São Sebastião do Umbuzeiro, São João do Tigre, Zabelê, Camalaú, Congo e outros.
O projeto da caprinocultura ainda poderá ser mais abrangente em 2009, conforme Samuel. "Poderemos trabalhar com o aprimoramento da produção de derivados lácteos caprinos, como queijos, iogurtes, doces e a ricota do leite de cabra. Essa cadeia poderá trabalhar, dependendo das nossas ações, para atender o mercado privado, o que implica uma maior produção e a geração de trabalho e renda", disse.
Outra vertente que a caprinovinocultura vem apontando na região do Cariri é o trabalho com o corte da carne. "A idéia é utilizar todas as alternativas econômicas para que o programa não fique dependente apenas do apoio governamental", ressaltou Samuel. Como exemplo, ele citou a construção de um abatedouro exclusivo para caprinos e ovinos no município de Monteiro, pólo da região, com capacidade de abate de até 100 animais por dia e com a vistoria do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Este foi construído inaugurado em dezembro na cidade de Monteiro. A estrutura teve um orçamento de R$ 1 milhão, patrocinado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Pronaf, e já iniciou suas atividades.
"O abatedouro de caprinos e ovinos gera um novo processo de tecnologias de produção voltado para o corte. Ele também alcançará a captação de animais de outras regiões do Estado e também de Pernambuco. É mais um elo do Arranjo Produtivo Local (APL) da caprinovinocultura que será trabalhado, inclusive fortalecendo o segmento de peles e artefatos", destacou Samuel, que citou como exemplo o curtume em Cabaceiras, com trabalho ecologicamente correto.
Segundo o agrônomo, "conseguimos a inclusão direta de 700 caprinocultores familiares, captação de recursos através dos programas do Cconsea, produção de meio milhão de litros de leite de cabra por mês, que gerou cerca de R$ 750 mil mensais".
A reportagem é de Valdívia Costa para o Sebrae na Paraíba, resumida e adaptada pela equipe FarmPoint.
Laudir Nilson Zils
Maripá - Paraná - Revenda de produtos agropecuários
postado em 12/01/2009
Quando o trabalho é realizado de forma SÉRIA a "coisa anda". Parabens a toda equipe que está trabalhando no sentido de promover a cultura dos derivados caprinos na gastronomia, e consequentemente promovendo a sustentabilidade do pequeno produtor.
Gostaria que todos aqui da nossa região, enxergassem o desenvolvimento obtido por este grupo, e utilizassem boa parte deste para o desenvolvimento do nosso setor caprino regional, ou assumissem de vez sua incapacidade de conduzir um abatedouro construido à dois anos (liberado pelo SIF) que até hoje nunca funcionou.
Como exemplo tenho hoje em minha propiedade animais em idade e peso ideal para abate (10 meses 28Kg) que me obrigo (sem objeção) a consumir sozinho diariamente por não existir condições de comercialização na nossa região. É UMA "PENA"!