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Parceria baiana com portugueses pode viabilizar produção de queijos com leite de cabra e ovelha

postado em 05/11/2012

4 comentários
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A celebração de acordos de cooperação técnica com a Cooperativa dos Produtores de Queijos da Beira Baixa, e com a bicentenária Casa Matias, da região de Serra da Estrela, em Portugal, para viabilizar a produção de queijos com leite de cabra e ovelhas por pequenos produtores da Chapada Diamantina, em parceria com laticínios baianos é uma das possibilidades abertas pela Missão Bahia/Portugal/Espanha/França, coordenada pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles.

Na última quarta-feira, (31), o proprietário da Casa Matias, uma das mais famosas queijarias da Europa, José Matias, confirmou que virá à Bahia, nos dias 1 a 3 de dezembro para visitar as regiões produtoras de ovinos e caprinos, com a intenção de fazer diagnósticos das diversas regiões produtoras e avaliar parcerias com laticínios e produtores baianos para produzir queijos amanteigados semelhantes aos feitos em Portugal.

"Nossos principais objetivos são viabilizar parcerias entre os laticínios baianos e a indústria portuguesa; criar uma cooperativa de pequenos e médios produtores de leite de cabra e ovelha da Bahia, e montar um laticínio com eles", disse Eduardo Salles. O secretário explica que "queremos dar sustentabilidade para convivência com o semiárido, e produzir queijos de qualidade que possam chegar ao consumidor ao custo aproximado de R$ 50,00 o quilo e fazer com que mais pessoas possam consumir". O queijo desse tipo, importando de Portugal, chega à Bahia ao custo de R$ 300,00 o quilo.

"Não somos melhores nem piores que outras queijarias, mas somos diferentes", disse José Matias, que está montando o Museu do Queijo. Profundo conhecedor do setor, ele acha que "a Bahia tem condições de produzir queijos de qualidade com leite de cabra e ovelha, podendo inclusive utilizar também leite de vaca na mistura".

Apoio tecnológico

A comitiva brasileira que está na Europa visitou o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar de Castelo Branco (Cata), que de acordo com o secretário Eduardo Salles "pode ser um grande parceiro no apoio tecnológico às pretensões da Bahia no desenvolvimento de queijos de cabra e ovelha na Bahia, com características semelhantes aos produzidos em Portugal". O Cata, um investimento 3,5 milhões de euros, possui estrutura de pesquisa e equipamentos de última geração para pesquisas focadas no setor agropecuário como, azeites, leites e queijos, hortifruticultura e degustações sensoriais.

Queijos premiados

De acordo com os diretores da Cooperativa de Produtores de Queijos da Beira Baixa, o sucesso da entidade é garantindo pela utilização de um laboratório de última geração, que assegura a qualidade do leite através de análises físico químicas e microbiológicas. "O sucesso do bom queijo é a boa matéria prima", disseram. Com Denominação de Origem (DO), o queijo produzido em Beira Baixa, uma região abaixo de Alentejo e acima da Serra da Estrela, é certificado desde 1993.

O laticínio da cooperativa tem capacidade para processar 10 mil litros/dia, mas atualmente processam oito mil litros/dia de leite de cabra e ovelha na alta estação, e dois mil litros/dia na baixa estação, sendo cinco a seis mil de ovelhas, e dois a três mil de cabra.

Para produzir cada quilo de queijo são utilizados cinco litros de leite. O queijo amarelo é feito de uma mistura dos leites de cabra e ovelha, e o queijo Castelo Branco que é produzido somente com leite de ovelha. A cooperativa valoriza o trabalho dos produtores e paga 90 centavos de euros por litro de leite de ovelha e 60 centavos por litro de leite de cabra. A raça de cabra mais comum é a Charniqueira, e de ovelha é a raça Merino da Beira Baixa.

Na Associação Empresarial da região de Santarém (Nersant), no Ribatejo, a comitiva foi recepcionada por Pedro Felix, vice-presidente da entidade, e por Carlos Lopes de Sousa, presidente do Agrocluster do Ribatejo. A associação tem 1.840 empresas associadas, que representam 80 % do PIB da região. Felix destacou que uma das prioridades da associação é a internacionalização das empresas associadas, e refez o convite para que uma comitiva baiana participe da Feira Nacional de Santarem, que é organizada pela Nersant.

"Apresentamos as potencialidades de investimentos no setor agropecuário baiano, e acreditamos que poderemos firmar parcerias, principalmente no setor da agroindústria, principalmente no setor de embutidos", destacou o secretário Eduardo Salles.

As informações são do Seagri/BA, adaptadas pela Equipe FarmPoint.

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Comentários

Jordana Andrioli Salgado

Curitiba - Paraná - Ovinos/Caprinos
postado em 07/11/2012

O Brasil precisa de mais parcerias como esta para poder expressar todo o seu potencial na ovino/caprinocultura. Parabenizo pela importante iniciativa.

Att.

Miquéias Tinoco dos Santos

Afonso Claúdio - Espírito Santo - Instituição pública
postado em 07/11/2012

o que mata no Brasil, é que tudo infelizmente demora a sair do papel, e é burocracia de mais, mas vejo com bons olhos esta parceria, acho que nosso Estado seria um bom produtor de queijos de caprinos e ovinos.

Dalny Araujo Sucasas

São Lourenço - Minas Gerais - Produção de ovinos
postado em 21/11/2012

Muito bom, os queijos portugueses são maravilhosos e essa cooperação e fundamental para aumentar a produção portuguesa e qualificar a nossa.
Sou produtyor de ovinos de leite no sul de Minas e já fabrico alguns queijos interessantes.

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