Para fazer as caracterizações pretendidas, o trabalho avaliou, durante um ano, o comportamento alimentar de ovinos em uma área de 1,5 hectare, localizada dentro do campus regional da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em Montes Claros. Segundo Franciellen, os animais foram observados todos os dias, durante um ano - entre abril de 2009 e março de 2010. As espécies selecionadas pelos animais eram imediatamente coletadas in natura e identificadas.
Entre as 2.785 plantas amostradas, foram identificadas 94 espécies, distribuídas em 72 gêneros e 33 famílias botânicas. Depois de observado o comportamento alimentar dos ovinos, a dieta foi avaliada por meio do índice de seletividade. Entre as espécies com alto índice de seletividade e maior procura pelos animais estão Andropogon sp. (capim), Baccharis tridentada, Casearia sylvestris (pau de espeto), Paullinia sp. e Schinopsis brasiliensis (braúna).
A pesquisa também apurou que as espécies selecionadas com maior frequência durante todo o ano, tanto em época de chuva quanto na seca, foram Evolvulus sp., Erythroxylum deciduum (cocão), Heteropterys byrsonimifolia (marravaqueiro), Stylosanthes guianensis (estilosante), Lippia sidoides (alecrim pimenta) e Senna spectabilis (são joão).
Segundo a pesquisadora, esses dados são importantes para orientar ações de recuperação de áreas do cerrado, nessa região, bem como para orientar criadores que usam pastagens naturais do cerrado para alimentar seus rebanhos. "Serve também de alerta para os pequenos produtores, no sentido de preservar essas espécies", avalia Franciellen. Ela lembra que se trata de um projeto pioneiro no bioma cerrado.
As informações são da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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