carregando...
Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Pesquisa da Unesp de Dracena avalia pré-abate em ovinos

postado em 26/02/2013

5 comentários
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

Um estudo desenvolvido pela professora Sirlei Maestá da Unesp de Dracena avalia os métodos de insensibilização usados no pré-abate dos ovinos uma vez que o bem-estar animal interfere diretamente na qualidade do produto oferecido ao consumidor.

A pesquisa se propõe a estudar o manejo pré-abate, envolvendo as etapas de embarque, transporte, desembarque, descanso, insensibilização e sangria. "O manejo é importante para o processo de abate. Evita o sofrimento desnecessário do animal". Os dados para a pesquisa foram obtidos em matadouros frigoríficos comerciais da região de Dracena que abatem ovinos.

Para a estudiosa, os métodos de insensibilização são eficazes desde que utilizados de forma correta. "As principais causas de insucesso no atordoamento estão relacionados à falta de manutenção dos equipamentos, cansaço dos funcionários e falhas dos equipamentos", diz. A principal função da insensibilização é deixar o animal insensível à dor ou aflição no momento da sangria.

O estudo avaliou dois métodos utilizados na insensibilização destes animais: o mecânico e o físico. O método mecânico pode ser realizado pelo emprego de marreta (mais ultrapassado) ou pistola de dardo cativo, pneumática ou por cartucho de explosão. O físico, conhecido como eletronarcose, envolve a utilização de eletrodos que conduzem uma corrente elétrica de alta voltagem e baixa amperagem, através do cérebro do animal.

No caso dos ovinos, o projeto identificou que existe pouca estrutura voltada para o abate e o método empregado vai depender da estrutura do estabelecimento onde se pratica o abate. “A eletronarcose é a técnica mais difundida e pesquisada para a insensibilização de ovinos”, avalia a professora.

Maestá conta que a dificuldade de se utilizar o método mecânico em ovinos se deve à maior espessura da caixa craniana, que requer um adequado treinamento do operador, manutenção e calibração do equipamento, para que a força empregada não seja nem fraca demais, mantendo o animal vivo durante a sangria, nem forte demais, proporcionando a morte do animal. “Independentemente do método utilizado, o objetivo é proporcionar uma disfunção cerebral que cause uma inconsciência instantânea e indolor ao animal”, diz a pesquisadora.

Além da questão técnica, o estudo tem a preocupação de mostrar a importância que o bem-estar animal tem sobre a "qualidade ética da carne". Para Maestá, na hora da aquisição do alimento as maiores preocupações do consumidor são com relação aos fatores que envolvem a cor, maciez e prazo de validade. “Que não deixam de ser importantes”, diz. “Porém, a ausência de bem-estar pode levar à produção de uma carne de qualidade inferior, com mudanças na cor e maciez, redução do prazo de validade e contaminação por bactérias”, ressalta.

Também fazem parte da pesquisa Hélio de Almeida Ricardo, bolsista de pós-doutorado e Natália Trevizan, aluna de graduação do curso de Zootecnia da Unesp de Dracena.

Setor ovino

O consumo de carne ovina no Brasil é de 0,60 kg//per capita//ano, segundo a FAO, dados de 2009. Segundo Maestá, “os dados de consumo podem estar subestimados, devido à falta de disponibilização de dados de órgãos estaduais e municipais de inspeção sanitária e principalmente, devido ao comércio informal, clandestino”, ressalta.

De maneira geral, menos de 7% dos abates de ovinos no Brasil são realizados com SIF (Serviço de Inspeção Federal), sendo desconhecida a proporção de abates sob inspeção estadual e municipal. A professora conta que ainda há a necessidade de organização da cadeia produtiva, mas algumas ações já foram e estão sendo tomadas, como o estabelecimento das Câmaras Setoriais nos Estados e cotações dos preços de compra dos animais para o abate.

“A maior rentabilidade em relação à arroba bovina em certos períodos, o surgimento de produtos da área de alimentação e saúde animal, voltados para a ovinocultura e a maior presença de cortes no varejo, em supermercados e restaurantes, favoreceu a ascensão do mercado da carne ovina nos últimos anos”, destaca a pesquisadora.

As informações são da Unesp de Dracena, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
 

Avalie esse conteúdo: (e seja o primeiro a avaliar!)

Comentários

Carmen Ceres

Viçosa - Minas Gerais - Produção de caprinos de leite
postado em 26/02/2013

Profa. Sirlei, Natália Trevizan e Helio Almeida, parabéns pelo trabalho!
É um orgulho imenso ver nossa UNESP Dracena realizando avanços nesse cenário tão promissor do setor de ovinos graças à dedicação e ao trabalho de vocês.
Que venham mais pesquisas!

Carlos Roberto Conti Naumann

Curitiba - Paraná - Produção de leite
postado em 27/02/2013

  Profª. Sirlei e colaboradores. É de extrema importância essa linha de pesquisa,pois a Ovino e Caprinocultura estão carente de maiores informações.Assim como, os produtores das espécies necessitam de orientação lá no campo,afim de valorizar seus produtos na prateleira!

Raquel Abdallah da Rocha Oliveira

Botucatu - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 27/02/2013

Professora Sirlei,
Parabéns pela pesquisa!  O setor necessita urgentemente de "qualidade ética da carne".
Abraços

Sirlei Aparecida Maestá

Botucatu - São Paulo - OUTRA
postado em 27/02/2013


Prezados,
O anseio de vocês é também o nosso, e foi isso que nos motivou a dar início a uma linha de pesquisa tão importante e ainda pouco explorada, pelo menos aqui no Brasil. Esperamos, muito em breve, trazer mais informações que certamente contribuirá para esta área tão importante.

Abs
Profa. Sirlei

Richard Pataro Strasser

Presidente Bernardes - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 27/02/2013

Parabéns pela qualidade do trabalho

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade