Na sua avaliação, para que o setor tenha, em 2009, comportamento semelhante ao de 2008, quando a expansão foi de 6,97% e o PIB totalizou R$ 764,6 bilhões (26,46% do PIB Brasil), o agronegócio precisaria crescer a uma taxa mensal de pelo menos 0,80%. "No entanto, isso é improvável, em um cenário de contração de crédito. Os segmentos mais afetados são os que normalmente demandam mais recursos", afirmou Kátia Abreu. Segundo a pesquisa da CNA e do Cepea, o quadro foi mais grave no segmento de insumos, que apresentou recuo de 1,16% nos primeiros três meses do ano, fator atribuído ao resultado negativo de 1,88% do setor de insumos agrícolas, que prejudicou também o agronegócio da agricultura, cuja taxa ficou negativa em 0,82%. Já o agronegócio da pecuária teve acréscimo de 0,17%, insuficiente para compensar as perdas na agricultura.
A retração de 0,77% observada na produção primária de janeiro a março também contribuiu para o comportamento do PIB. Novamente, a agricultura puxou o resultado para baixo, com queda de 1,90% nos primeiros três meses deste ano. Já na parte da pecuária, o segmento dentro da porteira teve variação positiva de 0,77% no acumulado de 2009, desempenho considerado modesto se comparado ao crescimento de 3,06% observado no mesmo período do ano passado. Outro setor que apresentou retração foi o da indústria (-0,18%), no qual a pecuária obteve o pior resultado, com variação negativa de 0,94%. O segmento de distribuição teve decréscimo de 0,42%.
Valor Bruto da Produção
As estimativas do Valor Bruto da Produção (VBP) calculadas para 25 produtos do setor agropecuário deverão atingir R$ 271,9 bilhões em 2009, queda de 6,5% quando comparado a 2008, quando o valor total foi de R$ 290,81 bilhões. Uma das justificativas para esta redução é a queda da produção de grãos na safra 2008/2009, que atualmente está estimada em 134,1 milhões de toneladas, 10 milhões de toneladas a menos do que o volume colhido na safra anterior (2007/2008). Outros fatores que explicam este resultado é o menor uso de tecnologia nas lavouras, os problemas climáticos em diversas regiões produtoras e a redução dos preços médios praticados.
Entre as culturas com maior queda de faturamento estão o milho (27,2%), ovos (21,9%), suínos (20,8%), feijão (18,5%), leite (17,8%) e soja (17,2%).
As informações são da CNA, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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