A maior quebra foi do feijão, que terá produção 38,6% menor que a esperada - o volume caiu de 610,4 mil toneladas para 375 mil. No milho, a redução chega a 31,5%, com colheita prevista agora em menos de 6 milhões de toneladas, ante as 8,7 milhões do início do plantio. Na soja, havia a estimativa de produção de 12,8 milhões de toneladas, mas a seca deverá resultar em perdas de 17%, para 10,2 milhões.
Em dezembro, o Deral previa quebra de 3 milhões de toneladas de grãos (com redução de 25,5% na colheita de feijão, 20% na de milho e 8,3% na de soja). "Aquela avaliação era de 15 de dezembro e depois disso tivemos outros dias sem chuvas", diz o secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini. Segundo ele, a colheita de feijão e milho está "praticamente definida", mas a de soja ainda pode sofrer alterações. "Vamos apostar na safrinha de milho", disse Bianchini, que citou a alta dos preços dos grãos como atenuante para as perdas. "Com a quebra, os preços reagiram". O próprio Deral mostra que, de novembro até ontem (13), o preço do feijão subiu 23%, o do milho, 13,4%, e o da soja, 13,8%.
No Rio grande do Sul, segundo o presidente da Federação de Agricultores (Farsul), Carlos Sperotto, as safras de milho e de soja tiveram quebras significativas. "A lavoura de milho, uma das mais afetadas pela estiagem, passou por momentos críticos no que diz respeito à falta de água, e, deve apresentar quebra de 40% da produção em relação ao ano anterior", disse Sperotto. "Para a soja, a estimativa é de queda de 20% em relação ao ano passado", informou.
Em Brasília, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, voltou a afirmar que a quebra da produção de grãos deverá ser maior que a prevista na semana passada. A declaração foi dada após reunião com o ministro da Fazenda em exercício, Nelson Machado. Stephanes comentou que o volume da safra 2008/09 deve ser equivalente ao da penúltima no país, o que ele considerou "bom". Os ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento estão, segundo Stephanes, acompanhando a produção agrícola para decidir quais medidas de intervenção na comercialização serão tomadas com os R$ 5 bilhões previstos no orçamento. Na sua avaliação, soja, arroz, feijão e açúcar não devem precisar desse apoio.(Colaborou Arnaldo Galvão, de Brasília)
As informações são do jornal Valor Econômico e da Agência Brasil, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
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