O índice de preço dos alimentos calculado pela FAO tocou 232 pontos no mês passado, abaixo de 235 pontos em abril, mas ainda 37% superior ao patamar observado no mesmo período de 2010. O indicador atingiu uma máxima recorde no mês de fevereiro. A organização prevê que a colheita mundial de cereais subirá 3,5% neste ano, para 2,3 bilhões de toneladas, incluindo um crescimento de 3,2% na safra de trigo por causa de uma produtividade melhor na região do Mar Negro. Contudo, a FAO advertiu que o baixo nível dos estoques na Europa e nos Estados Unidos indica que o mercado internacional do grão deverá continuar apertado na temporada 2011/12.
"A situação geral para as safras agrícolas e as commodities alimentícias é de aperto, com os preços mundiais em níveis persistentemente elevados, representando uma ameaça para muitos países de baixa renda com déficit de alimentos", afirmou David Hallam, diretor da Divisão de Comércio e Mercados da entidade.
Abdolreza Abbassian, analista da região do Mar Negro na FAO, disse: "Em geral, nós esperamos que o preço global dos alimentos diminua um pouco em relação ao nível atual no restante do ano, se as estimativas de produção se materializarem. Mas o panorama da oferta mundial segue apertado."
Segundo Abbassian, os planos do governo russo de retomar as exportações de grãos em 1º de julho deste ano ajudarão a reduzir os preços, mas ainda não está claro se o país cobrará taxas de exportação ou impostos. Mesmo assim, a FAO acredita que o término da proibição de embarques será suficiente para compensar eventuais déficits na produção de trigo da Europa e dos Estados Unidos no próximo ano-safra.
"Supondo que as estimativas de produção estão corretas, a oferta mundial de trigo para o próximo ano será mais adequada que no ano anterior", informou a entidade. Para temporada 2011/12, a organização projeta as exportações de trigo e de grãos da Rússia em 5 milhões e 11 milhões de toneladas, respectivamente.
A FAO classificou o mercado global de milho como motivo de preocupação. "Há potencial para os preços subirem devido ao baixo nível dos estoques mais para frente. Isso pode alavancar a alta de outras commodities alimentícias, como resultado", afirmou Abbassian.
As informações são da Dow Jones, publicadas no jornal O Estado de S.Paulo, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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