O professor explicou que com a demanda crescente, os preços dos alimentos subiram, gerando um potencial benefício para os produtores. Esse quadro pode ter sido responsável pela valorização das terras, visto que alguns países querem garantir sua segurança alimentar e avaliam a possibilidade de encontrar terras em outros lugares. "Os preços da energia e dos combustíveis também podem ter contribuído para elevar as cotações das terras para agricultura".
"A terra não é usada apenas para produzir, mas também é parte dos ativos que interessam a investidores. Você não pode usar uma ação para produzir nada, mas a terra você pode usar para produzir algo", acrescenta.
Segundo o pesquisador, os investidores que estão interessados nas terras do Brasil são principalmente investidores internacionais, com fundos de investimentos e hedge funds e que consideram a terra um ativo. Nguyen diz que além das vastas áreas, há potencial de valorização das terras brasileiras, por isso vem crescendo o interesse estrangeiro.
Apesar de enfatizar que não faz previsões, Nguyen afirma que sua percepção é que no curtíssimo prazo as cotações das terras tendem a subir. No médio prazo, podem se estabilizar ou mesmo recuar, mas há fundamentos que indicam valorização num horizonte de tempo mais distante.
Definindo a terra como "um ativo muito especial" , o professor de Pittsburgh considera "muito natural" que países cujas terras são alvo de interesse de estrangeiros tomem medidas para limitar esses investimentos. Assim, ele afirma que condições e limitações são necessárias para que essa seja uma política viável.
Na análise do pesquisador, a questão da aquisição de terras por estrangeiros é um desafio para o Brasil. Ele observa que uma terra produtiva é atraente para muitos investidores mas ao mesmo tempo há uma grande população local que depende da terra para o seu bem-estar.
A reportagem é de Alda do Amaral Rocha, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe Agripoint.
Lourival Ramos
Brusque - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 06/01/2010
Estas ´pinceladas´ relatando o preço de terras brasileiras agricultáveis é interessante e preventivo.
O Brasil precisa olhar com mais carinho o seu uso e propriedade de terceiros de outros países.