A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está convencida de que a reunião de Cúpula Brasil-União Europeia (UE), realizada em Bruxelas no dia 24, criou as condições para que haja avanços efetivos nas negociações de um acordo de livre comércio entre Mercosul e a UE.
"O acordo de livre comércio será bom para a Europa e bom para o Brasil", disse a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. "E acho que não falta mais nada para avançar: temos vontade política no Brasil e na Europa, e apoio dos empresários brasileiros e europeus", acrescentou, durante a mesa redonda do 7º Encontro Empresarial Brasil-UE, em Bruxelas.
O volume de comércio entre Brasil e União Europeia em 2013 ficou em US$ 98,5 bilhões, com um saldo favorável aos europeus de quase US$ 3 bilhões. As importações de produtos europeus fecharam em US$ 50,7 bilhões e as exportações brasileiras para UE, somaram US$ 47,8 bilhões - abaixo do pico registrado em 2011, de US$ 53,2 bilhões.
Este ano, a situação se complica com a perda de preferências tarifarias antes concedidas ao Brasil no âmbito do Sistema Geral de Preferências da União Europeia, que poderia ser compensada se houvesse um acordo de livre comércio, na avaliação da CNA.
No ano passado, as exportações do agronegócio para a UE fecharam em US$ 23 bilhões, quase a metade do total de vendas externas do Brasil para os europeus.
"Sabemos do potencial e da competitividade dos produtores europeus em vários setores dentro da agricultura e o agronegócio brasileiro não quer trazer prejuízos, mas quer complementar e retomar o mercado que tinha", disse a senadora no Encontro.
Em mesa-redonda com empresários brasileiros e europeus, a senadora Kátia Abreu lembrou que a UE se beneficiaria com o acordo porque o mercado brasileiro conta com 200 milhões de habitantes, dos quais 56% pertencem à classe média.
"Temos estudos mostrando que o mercado consumidor brasileiro, que hoje está em US$ 2,2 trilhões, chegará a US$ 3,5 trilhões em 2020, tornando-se o quinto maior mercado consumidor do mundo", destacou.
Aumento do comércio
Outra questão importante é que o acordo de livre comércio envolve serviços, unificação de regras sanitárias e fitossanitárias e procedimentos, além de redução de burocracia. Segundo estimativas da CNA, um acordo poderia aumentar em pelo menos 30% a corrente de comércio entre Brasil e União Europeia, com benefício para os dois lados.
Os europeus têm o maior estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil e, na avaliação da CNA, um acordo permitiria manter o ritmo de aplicações anuais, fortalecendo a posição da UE como maior investidor no país.
Durante da reunião, a senadora Kátia Abreu destacou as oportunidades para investimentos europeus em projetos que beneficiariam o agronegócio, como a construções de portos, silos para armazenagem da safra de grãos e construções de estradas, ferrovias e hidrovias.
As informações são da CNA, adaptadas pela Equipe AgriPoint
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