A diretora de Administração e Finanças da Embrapa, Vânia Beatriz Rodrigues Castiglioni, assumirá o posto interinamente. Em sua segunda gestão, Arraes foi reconduzido ao cargo no órgão em 16 de agosto deste ano. Ele tomou posse da presidência da empresa pela primeira vez em julho de 2009.
A saída de Arraes do cargo foi o desfecho de uma longa e silenciosa crise, cujo enredo interno vai além das críticas e diagnósticos divulgadas em artigos - a maioria deles no jornal O Estado de S.Paulo, alertando para a falta de rumo da empresa.
A falta de resposta da empresa a essas críticas pode ser interpretada como uma forma de manter sob controle a informação essencial: pesquisadores, cientistas e técnicos passaram a exercer forte oposição à gestão de Arraes, considerada por eles responsável pela perda gradual da capacidade da Embrapa de acompanhar o desenvolvimento tecnológico aplicado aos produtos em seu universo de atuação.
Inchada - a empresa gasta de 70 a 80% de seu orçamento com a folha de pagamentos - perdeu importância na agenda empresarial brasileira. O empresário nacional busca as soluções inovadoras no exterior. A negligência com a obtenção de patentes e a omissão no programa de melhoramento de sementes são outras acusações à gestão agora encerrada, com números expressivos: 60% das sementes de soja, 70% de milho e 80% de algodão, são de programas de melhoramento genético privados.
Sobram acusações de censura a manifestações de pesquisadores inconformados com o isolamento a que se dizem submetidos em razão da crítica à perda da visão estratégica. O processo gerencial, segundo os críticos de Arraes, é pouco oxigenado pela falta de renovação de pessoas e métodos, enfraquecendo a empresa diante dos desafios de um cenário globalizado e altamente competitivo.
Alguns departamentos estratégicos da empresa foram submetidos a comandos burocráticos e outros, como o de Administração Financeira, estão sob o mesmo comando há mais de uma década.
Outra crítica remete à nova estrutura para gestões de projetos internacionais de cooperação, com recursos do Banco Mundial, entre outras instituições. O Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, que centraliza os programas e projetos da Embrapa, não participa diretamente da coordenação e desconhece até o total de recursos captado.
Por fim, uma das críticas mais contundentes é à coordenação de programas de pesquisa da Embrapa ser feita no exterior. Os sites das plataformas da empresa têm sua logomarca e a do governo federal, mas estão hospedados num servidor em Los Angeles.
A Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi criada em 26 de abril de 1973. A missão da Embrapa é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira.
As informações são de João Bosco Rabello, de O Estado de São Paulo e da Empraba, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Mauro Santos da Rocha
Sarandi - Rio Grande do Sul - Pesquisa/ensino
postado em 01/10/2012
É lamentável que o atual governo deixe chegar a nossa EMBRAPA, patrimônio científico nacional, a este ponto de esvaziamento. Depois de ter passado pela fúria neoliberal do governo Collor, que, deliberadamente, queria acabar com esta empresa que tanto nos orgulha, esperávamos uma outra postura dos atuais governates, qual seja, o fortalecimento da EMBRAPA.
Diante do quadro atual e no sentido de revitalizá-la , permitimo-nos apontar o nome do DR. BENAMI BACALTCHUK, ex- gerente da EMBRAPA TRIGO de Passo Fundo para dirigí-la. Seriedade e competência sabemos que ele tem. Com a palavra o Ministério da Agricultura.
MAURO SANTOS DA ROCHA