Segundo dados da Federação Laneira Argentina, a produção da safra de 2009/10 se ajustou em 54 milhões de toneladas sujas e a safra seguinte, em 57 milhões de toneladas, o que permite observar uma evolução positiva do mercado.
De fato, a Argentina vende para mais de 30 países com diferentes graus de valor agregado e destina o grosso de sua produção de lã à China (29,44%), Alemanha (15,73%), Itália (14,14%), Turquia (8,27%) e Uruguai (7,83%). Apenas quatro ou cinco milhões de quilos correspondem ao mercado interno.
Embora a industrialização da lã implique em um ciclo grande e complexo - que vai desde a tosquia até a compra de, por exemplo, um pulôver por parte do consumidor final -, o potencial da cadeia é enorme: com um quilo de lã superfina que um produtor vende por cerca de US$ 10, pode ser feito um traje de verão, vendido entre 1.000 e 1.200 euros (US$ 1.407,63 e US$ 1.689,16) na Itália.
Nesse sentido, além de estar posicionada como fornecedora de lãs finas, a Argentina conta com capacidade instalada para industrialização primária, além da pureza racial e bem-estar animal, nos rebanhos e grupos de produtores competitivos e inovadores. A isso, deve-se somar a oportunidade que constitui a demanda firme por essas fibras e preços atuais, que superam amplamente a média histórica.
O diretor técnico do Laboratório de Lãs Rawson, pertencente ao Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) Chubut, Mario Elvira, explicou que "os preços se acomodaram muito desde a crise financeira de 2008, durante a qual se viu o retrocesso de todas as commodities. Hoje em dia, estão em valores excelentes, em um dos melhores momentos".
No entanto, os países produtores também registram certa retração da oferta que, segundo o especialista, se deve a "alternativas produtivas de maior rentabilidade, à pecuária competindo com a agricultura e a uma crescente produção de carne ovina utilizando raças menos laneiras, somado a períodos cada vez mais prolongados de secas que afetam os rebanhos e suas reposições".
De acordo com Elvira, ainda que a cadeia argentina esteja fracionada e não haja indústrias integrais igual na Europa e no Oriente, a região patagônica central conta com um cluster laneiro muito importante. O pólo Textil Laneiro de Trelew concentra empresas que industrializam, comercializam e exportam. Cerca de 51% da produção de lã argentina provêm da região da Patagônia e esse pólo se localiza em seu centro geográfico.
O programa nacional de fibras do INTA - Gestão para a valorização das fibras de lã e fibras naturais -, coordenado por Elvira, contém diversas atividades relacionadas com a integração horizontal e/ou vertical dos produtores e modelos de comercialização conjunta. O programa busca fomentar uma integração vertical que lhes permita agregar valor ao industrial e ao artesanal.
Em 25/05/11 - 1 Euro = US$ 1,40763
0,71035 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
A reportagem é doInfocampo, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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