Há cinco anos uma área de 21 hectares, pertencente à Embrapa, estava totalmente degradada. Após a recuperação do solo, os pesquisadores começaram a estudar tecnologias que permitissem a união de lavoura, pecuária e floresta no mesmo espaço. Foram plantados inicialmente eucaliptos e logo depois soja e sorgo.
Hoje o sistema de integração, lavoura, pecuária e floresta desenvolvido pela Embrapa no Distrito Federal já está completo. Este ano, foram introduzidos os animais. A ideia é que a junção desses sistemas possa diminuir a emissão de carbono e aumentar a produtividade de carne, leite e grãos.
– Dentro desse sistema, as árvores, a partir do quarto, sexto ano, já tem o primeiro corte, onde nós eliminamos as que estão tortas, as pequenas que não são totalmente uniformes, e os melhores materiais, mais retos, que estão desenvolvendo melhor, vão ficando para serem cortados posteriormente com 14 anos em média, daí vamos ter uma madeira já para serraria num valor agregado muito maior – explica Luiz Carlos Balbino, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia.
E para facilitar que os produtores adotem esses tipos de sistemas, o governo federal instituiu a Política Nacional de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. A iniciativa destina créditos diferenciados para aqueles que quiserem adaptar as produções seguindo o modelo integrado, além de apoio especializado para desenvolver as técnicas de preservação.
– O crédito, hoje, para o grande produtor é de 5,5% ao ano. A taxa de juros deverá, no Plano Safra, ter um valor beneficiado. Nós queremos, também, priorizar parte dessa assistência técnica subsidiado àquele produtor que precise fazer a integração lavoura, pecuária e floresta. O produtor que aderir pode hoje chegar em qualquer agência bancária e buscar o crédito – fala Caio Rocha, secretário de Desenvolvimento Pecuário do Ministério da Agricultura.
De acordo com o governo, vitrines demonstrativas do sistema serão realizadas por todo o país. Nesses espaços o produtor vai poder tirar dúvidas sobre a melhor alternativa para cada tipo de solo e se adequar ao modelo sustentável de produção.
– O Brasil tem áreas antropizadas que já foram desmatadas, já estão com baixíssima produtividade e podem estar incorporando 50, 60 milhões de hectares para disponibilizar isso aí para a produção de alimentos, fibra e energia – diz Balbino.
– Nós queremos fazer com que, através dessa integração de metodologias e de culturas, a gente vá diminuir o uso de defensivos agrícolas, pois vai diminuir o número de pragas e o número de doenças em função dessa co-associação e, consequentemente, vai aumentar a renda do produtor – diz Caio Rocha.
A reportagem é Rural BR, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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