Depois que conquistou mercados de melhor remuneração, o país vizinho redirecionou grande parte de sua produção, abrindo uma enorme lacuna no mercado brasileiro. "O reflexo disso pode ser facilmente observado nos preços pagos pela indústria em todo o País. Os produtores estão experimentando preços nunca vistos antes no mercado, o que deve estimular a produção em escala e a organização da cadeia produtiva", afirma Lucas Heymeyer, gerente de vendas da Dorper Campo verde, de Jarinu (SP).
Para se ter ideia do potencial da ovinocultura, o Brasil precisaria chegar a 100 milhões de cabeças para tentar se aproximar do que é hoje a bovinocultura de corte, produção que sustentaria um consumo de forma regular o ano todo, sem sobressaltos, como informa Paulo Schwab, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO).
Com vistas neste cenário, produtores de todo País estão tentando se estruturar para atender a grande demanda. No Amazonas, por exemplo, projetos como o da Amazônia Ovinos, do criador Demilço Valdemar Vivian, mais conhecido como Alemão, em Manaus (AM), estão investindo na ampliação e na qualidade do rebanho.
"Quando o Uruguai dominava a maior parte desse mercado, tínhamos de ser competitivos, algo impraticável pela diferença dos custos de produção entre os dois países. O cenário está se modificando aos poucos, inclusive aqui no Amazonas, devido à grande demanda de consumidores", afirma Renato Rigoni Júnior, médico-veterinário e gerente da propriedade. Em um primeiro instante, a Amazônia Ovinos pretende abocanhar uma fatia desse mercado com produção in natura, tendo em vista que toda a carne que vem de fora é congelada.
As informações são do Jornal do Povo/MS, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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