Neste ano, o simpósio debaterá o tema “Cadeia produtiva da ovinocultura – Planejamento e Gerenciamento da Produção”. O evento foi aberto às 8h com a palestra “Utilização da Ultrassonografia na tomada de decisão no melhoramento e abate”, ministrada pelo doutor em zootecnia e pesquisador do CNPq, Hélio de Almeida Ricardo, e pela mestre em Zootecnia e doutora em Nutrição e Produção Animal, Franciane Barbieri Dias Senegalhe.
Os pesquisadores falaram sobre a importância da ultrassonografia para o planejamento da produção de ovinos. Conforme Ricardo, com exame ultrassonográfico é possível realizar com precisão o diagnóstico de gestação precocemente, quantificar o número de fetos e muitas vezes realizar a sexagem fetal. “A ultrassonografia traz vantagens, é o único exame que detecta a prenhez das ovelhas em apenas 17 dias sem causar nenhum mal ao feto”, destacou.
Já Franciane destacou que a identificação antecipada das fêmeas prenhas é importante para a gestão das propriedades, pois quando detectadas o responsável pela criação pode separar as prenhas do lote e assim diminuir a quantidade de fêmeas na área. Isso facilitará o reprodutor encontrar as ovelhas que estão no cio. Através desses métodos é possível agilizar a organização da propriedade e também permitir o abate de animais “vazios”. “A ultrassonografia também permite um melhor manejo nutricional, tendo em vista que, a alimentação de fêmeas prenhes deve ser diferenciada das fêmeas vazias”.
Custos de produção
Em seguida, a zootecnista e doutora em Nutrição e Produção Animal, Camila Raineri, ministrou a palestra com o tema “Custos de Produção na Ovinocultura”. Em sua fala, a pesquisadora destacou que a produção ovina brasileira mostra-se atualmente muito refém dos valores de commodities que o mercado oferece. Diferente das cadeias de carnes brasileiras, o produtor de ovinos não foca o investimento para um retorno financeiro e acaba subutilizando o potencial de produção do ovino, acarretando maiores custos, assim como vendas picadas durante o ano.
Segundo ela, o produtor deve sempre ter em mente que o investimento pecuário deve ser tratado com seriedade para que haja um retorno financeiro. Dessa forma, faz-se necessário conhecer e conseguir trabalhar com a reprodução dos ovinos, buscar melhores épocas de pastagens e consequentemente valores menores dos grãos. “O cenário brasileiro reflete valores diferenciados para época de águas e seca e as cadeias de produção cárneas trabalham suas compras nesse sentido, buscando o melhor fechamento para animais confinados ou suplementados em campo”, disse.
Abate
Fechando o ciclo de palestras do simpósio, o pesquisador José Carlos da Silveira Osório abordou o tema “Critérios para abate do animal e a qualidade de carne”. Osório informou aos criadores sobre a importância de eles serem mais criteriosos na seleção dos animais para o abate, na estocagem dos produtos e insumos utilizados na criação, na higiene das operações de abate, na comercialização e apresentação dos produtos e no abate propriamente dito.
Conforme ele, o pré-abate e a insensibilização são momentos importantes no processo de produção, tendo em vista que são as etapas mais estressantes aos animais. Tal estresse pode comprometer, de forma significativa, a qualidade da carne.
Após o ciclo de palestras, o simpósio ofereceu aos produtores e estudantes presentes a possibilidade de participar de dois minicursos, que abordaram temas como “Utilização do Ultrassom em ovinos” e “Exterior e Julgamento”.
As informações são da Assessoria de Imprensa do evento, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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