Desde meados de novembro, a China vem recusando repetidamente os carregamentos de milho dos EUA, afirmando que detectou a presença, em alguns deles, de transgênicos que não foram aprovados pelo governo chinês.
A devolução dos carregamentos vem prejudicando as grandes negociadoras de grãos, e gerando frustrações entre executivos americanos com o que chamam de regulamentos obscuros da China, num momento em que aumenta o poder do país asiático como importador. A China é o mercado de milho de mais rápido crescimento do mundo.
Na primeira avaliação completa do impacto da política chinesa nos EUA, a Associação Nacional de Grãos e Rações afirma que os carregamentos recusados somam cerca de 1,45 milhão de toneladas. O volume é muito maior que as 545.000 toneladas que o governo chinês divulgou e as cerca de 900.000 toneladas mencionadas na mídia.
A proibição das entregas já custou US$ 427 milhões às empresas de grãos, na forma de perda de vendas ou redução de preços na revenda para outros países do produto destinado à China, segundo um relatório da associação, que se baseou em dados das empresas exportadoras.
A entidade afirma ainda que as exportações de milho americano para a China desde janeiro caíram 85% em relação ao mesmo período de 2013, para apenas 171.000 toneladas.
Executivos do setor dizem que o problema vem prejudicando os exportadores americanos numa hora em que enfrentam a concorrência crescente de outros países, como Brasil e Ucrânia.
"É um momento divisor de águas", diz Gary Martin, presidente da Associação Norte-Americana de Exportação de Grãos, que também representa os negociadores de commodities dos EUA e cujos membros contribuíram com dados para o estudo. "É realmente dramático que os EUA não possam fornecer para o mercado chinês."
A China já aprovou alguns tipos de transgênicos, mas seu processo de aprovação leva mais tempo que o de outros países, dizem executivos americanos. A China também permite que as autoridades portuárias recusem um carregamento inteiro de milho caso um único grão tenha um gene não aprovado, dizem exportadores americanos.
A China, há muito um importador considerável de soja, de repente se tornou, também, um grande comprador de milho. O país importou um total estimado de 5 milhões de toneladas de milho estrangeiro no ano passado, comparado com 47.000 toneladas em 2008, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
Alguns membros da indústria agrícola dos EUA suspeitam que o governo chinês tem razões comerciais. Autoridades chinesas manifestaram preocupação com a dependência excessiva que o país teria do milho americano, que responde por mais de 90% das importações chinesas do produto. Quase todo o milho consumido na China, porém, é produzido no próprio país, que também registrou uma safra volumosa no ano passado.
Um porta-voz da embaixada chinesa nos EUA diz que o país examina suas importações de acordo com leis e regulamentos pertinentes e que o processo de avaliação de sementes geneticamente modificadas "é aberto e transparente".
Cerca de 12% da produção de milho dos EUA é destinada à importação, mas o rápido crescimento da China dá ao país uma influência desproporcional sobre os preços.
A notícia é do Wall Street Journal, adaptada pela Equipe MilkPoint Brasil.
REINALDO PASSOS DA MOTA
Paulista - Pernambuco - Indústria de insumos para a produção
postado em 23/04/2014
Não sou a pessoa certa para opinar sobre o assunto. Não sou pecuarista; atuo na area, fornecendo bebedouros automáticos de aluminio para caprino/ovino/ equino bovino/ avestruz, e piquetes, asim como saleiros.
Todavia, este embargo imposto pela China ao milho trangênico americano, deve acelerar e muito as exportações brasileiras ´para aquele país, o que é ótimo para o produtor, mas que p;rovavelmente deverá afetar o criador em estoques e preços, onerando seus custos, o que não é interessante. Portanto, é preciso cautela para encarar esta situação. R P MOTA.