Durante o encontro nesta sexta, os participantes discutiram medidas para aperfeiçoar metodologias das ações de pesquisa e de transferência de tecnologias previstas no projeto. A ideia é de, a partir de coletas de amostras de fezes de animais, analisadas pelo equipamento de NIRS e por um software específico, emitir relatórios sobre consumo e exigências de alimentação nos rebanhos para traçar orientações aos produtores rurais envolvidos, inclusive de como trabalhar com suplementação alimentar quando necessário.
"Algumas técnicas atuais, como a análise de digestibilidade in vitro, podem levar até dez dias para gerar resultados. Com o uso do NIRS, o resultado pode sair em 48 horas. Esta rapidez é o grande filão", destacou Marco Bomfim. Ele vislumbra a possibilidade de que, no futuro, o serviço possa atender a demandas de produtores rurais por análises, além de emitir notas e recomendações sobre nutrição animal a diferentes regiões brasileiras.
O projeto atuará em propriedades rurais no Ceará, Paraíba e Pernambuco, trabalhando na coleta de fezes de animais e na análise da composição botânica de vegetais da caatinga com potencial para nutrição animal. A partir daí, a Embrapa Caprinos e Ovinos e universidades parceiras trabalharão na elaboração de uma ferramenta para análise nutricional que possibilitará o funcionamento do serviço de assessoria.
Assim, os integrantes do projeto esperam responder a demandas de produtores que mantêm animais em pastagem nativa na caatinga, condição que traz fatores como temperatura elevada e maior exposição a verminoses que não se fazem presentes com tanta ênfase quando os animais estão em confinamento. O uso da NIRS para esta finalidade já é adotado em rebanhos de países como Estados Unidos, Austrália e Israel.
A execução do projeto contará com a participação de pesquisadores da Embrapa Semiárido; das universidades Texas A&M (EUA), do Arizona (EUA), Federal do Ceará, Federal Rural de Pernambuco, Federal da Paraíba, Federal de Campina Grande; da Escola Família Agrícola Dom Fragoso, em Independência (CE). O Seminário trouxe também representantes de outras instituições, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Universidade do Estado do Mato Grosso, já com a perspectiva de futuras parcerias para ampliação do projeto.
As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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