Uma oportunidade detectada é o aumento de renda da população, o que consequentemente eleva o consumo de carnes. Os países em desenvolvimento serão a grande força do crescimento da produção, do consumo e do comércio agrícola nos próximos dez anos, segundo o relatório de perspectivas agrícolas da Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A demanda desse grupo é impulsionada pelo aumento da renda per capita e pela urbanização, reforçada pelo crescimento populacional que é duas vezes maior do que nos países desenvolvidos. A tendência é de um aumento no consumo de produtos como carnes e alimentos processados.
As pessoas vêm se adaptando a novos hábitos de consumo, o que tem favorecido o crescimento da demanda pelas carnes de ovinos e seus derivados (Simplício & Simplício, 2006). Em muitos lugares do Brasil a carne ovina é indispensável nos cardápios de restaurantes, bares e hotéis. A procura pela carne aumentou no país e vem conquistando novos consumidores por suas características organolépticas e seu valor nutricional. Grande quantia da carne ovina formalmente consumida no Brasil é importada do Uruguai, porém esse país passa por uma constante redução do rebanho e prefere exportar para países de maior valor agregado, tornando esse momento oportuno para investimentos.
Já uma ameaça da ovinocultura é a existência de cadeias produtivas mais desenvolvidas. Hoje as cadeias agroindustriais mais desenvolvidas no Brasil apresentam constantes mudanças tecnológicas exigidas pelo próprio mercado, principalmente na pecuária de corte, avicultura e suinocultura. As inovações nos produtos, os estudos de mercado e as ações de marketing fazem com haja aumento da demanda pelos consumidores.
Uma cadeia de produção agroindustrial pode ser segmentada, de acordo com Batalha e Silva (2001), de jusante e montante, em três macrossegmentos: comercialização, industrialização e produção de matérias-primas. A lógica de encadeamento das operações, de jusante a montante, como forma de definir a estrutura de uma cadeia de produção agroindustrial, assume que as condicionantes impostas pelo consumidor final são os principais indutores de mudanças de todo o sistema. Nesse sentido, transformações no comportamento do consumidor influenciam de modo relevante as inovações em curso nas cadeias agroindustriais e, principalmente, no modo como os diferentes elos produtivos estarão articulados para conseguirem responder de maneira eficiente às exigências do consumidor final.
O FarmPoint pergunta: na sua opinião, qual é a principal oportunidade e a principal ameaça da ovinocultura hoje no Brasil? Participe deixando o seu comentário!
Pedro Alberto Carneiro Mendes
Fortaleza - Ceará - Consultoria/extensão rural
postado em 08/09/2011
Um dos principais "gargalos" para a ovinocaprinocultura, é não ter se encontrado um sistema de comercialização qua atinja ao pequeno produtor, possivelmente devido a escala de produção individual ser baixíssima.
Se observarmos atentamente veremos que o progresso observado nessa atividade, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e agora no Ceará deve-se a caprinocultura leiteira. A produção de carne continua estática.
A esperança de melhor renda se voltou para o leite.