O gerente de pesquisa e assessoria de agronegócios e alimentos do Rabobank Austrália e Nova Zelândia, Luke Chandler, disse que a baixa demanda em países importantes para o consumo de lãs finas tem agregado incertezas ao mercado e impacta de forma negativa nos pedidos em toda a cadeia de processamento e abastecimento.
Porém, do outro lado, há que destacar que os rendimentos médios dos consumidores nos países onde é muito importante a venda de roupas de lãs finas não caíram aos níveis baixos de 2009 após a crise financeira global. Espera-se que esse dado volte a tomar força, apoiando o crescimento do consumo de roupas e de têxteis.
Embora recentemente os preços na Austrália tenham disparado, houve forte queda depois disso por causa da pressão de uma maior oferta, somada a uma redução na demanda. O Indicador de Mercado Ocidental (média ponderada de todas as finuras entre 16,5 e 32 micra) fechou semana passada em A$ 10,09 (US$ 10,55) por quilo base limpa. A média de toda a safra passada foi de A$ 11,98 (US$ 12,52).
O gerente geral de lãs finas da firma Elders, Andrew Dennis, disse que houve diferentes opiniões com relação à atual situação do mercado e sobre suas perspectivas imediatas. Ele disse que a demanda doméstica na China, assim como os pedidos dos varejistas, não serviram de estímulo real ao mercado e que há dúvidas sobre a consolidação das recentes altas. "Se o mercado se sustentasse por pelo menos um mês, o atual nível de preços poderia servir de novo piso, a partir do qual se poderia sustentar uma nova tendência de alta. Porém, a alternativa é que a demanda siga pobre, e ainda os operadores otimistas desacelerem, obrigando uma nova correção de baixa antes do Natal".
"Considerando os diversos fatores divergentes que contribuem para formar preços não seria surpreendente que houvesse ajustes entre 0,50 a 1 dólar australianos por quilo limpo de agora até o Natal".
Do lado da oferta, o Rabobank duvida do prognóstico do Comitê de Produção de Lã, anunciando um possível aumento para 345.000 toneladas de lã suja em 2012/13. "Alguns indicadores iniciais da safra não apontam precisamente para uma recuperação da produção. O total de lã testado pelo Australian Wool Testing Authority (AWTA) no período de julho a setembro é 4,6% menor que na safra anterior". No entanto, o porta-voz do AWTA, Tim Steere, disse que os volumes testados durante outubro são 16,5% superiores aos de outubro de 2011.
Isso indica que o valor médio da safra tenderia a um aumento médio de 1,4%, comparado com o mesmo período do ano anterior. Steere comenta também que, no geral, houve aumentos no tamanho dos lotes recebidos para análises.
O aumento se deve seguramente a melhores condições ambientais e maior peso dos velos e, além disso, tem feito com que os brokers e seus classificadores fizessem lotes de menor tamanho para valorizar as melhores classes de lã, na medida dos valores conhecidos do mercado.
Agora, os volumes de lotes testados estão acima da safra passada, com exceção de Victoria, que está 1,3% abaixo. Considerando a quantidade de lotes analisados em outubro, parece que o prognóstico da AWI poderá se cumprir.
O relatório do Rabobank informa que a demanda por outras produções alternativas, somada à menor quantidade de ovinos, continuam limitando o crescimento da produção laneira a nível global.
Em 26/11/12 - 1 Dólar Australiano = US$ 1,04566
0,95596 Dólar Australiano = US$ 1 (Fonte:Oanda.com)
A reportagem é do The Land, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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