Há uma forte demanda por matérias-primas na China, e os preços ascendentes do milho podem impulsionar a alta de outros grãos, conforme o relatório. O forte aumento do custo do petróleo, os baixos estoques mundiais de alimentos e a debilidade do dólar podem também sustentar os preços, diz o banco holandês.
As previsões se somam aos prognósticos de que o custo dos alimentos pode disparar em 2011, o que, por sua vez, pode elevar a inflação, abrindo o caminho para uma repetição do mercado altista de 2008, quando os preços subiram a níveis sem precedentes.
O aumento das importações de produtos agrícolas pela China está "transformando" certos mercados de commodities agrícolas, segundo o informe. "O milho dará o ritmo do complexo grãos" no próximo ano, com a previsão de que a China importará até 8 milhões de toneladas. "Prevemos que o aumento do preço dos combustíveis em 2011 vai estimular a alta dos preços agrícolas".
O milho na Bolsa de Chicago subiu 45% este ano, enquanto o trigo subiu 41% e a soja, 27%. O índice da Agência para Agricultura e Alimentos (FAO, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) de 55 commodities subiu pelo quinto mês em novembro para o nível mais alto em mais de dois anos.
De acordo com o Rabobank, será necessário que haja condições meteorológicas favoráveis para que em 2011 quase todos os mercados de commodities agrícolas restabeleçam seus níveis de estoques, evitando assim que os preços voltem a subir aos níveis máximos de 2007 e 2008.
Muitas commodities agrícolas, incluindo o milho, a soja e o trigo, "ainda estão baratas" mesmo depois das altas recentes e os ganhos podem se prolonga, disse Michael Lewis, de Deutsche BankAG, no mês passado. Os preços dos alimentos podem subir mais a menos que a produção mundial de cereais aumente "significativamente" no próximo ano, disse a FAO em novembro.
"A demanda da China por milho para forragem chegou a representar quase um quarto do total mundial e esperamos que o crescimento robusto continue", diz o relatório do Rabobank. A China pode se tornar um "importador líquido estrutural" de milho, diz o banco.
As importações de milho pela China podem alcançar recorde no próximo ano. O país já tem negociado compras da Argentina, segundo o Conselho de Grãos dos EUA. A estimativa é que o país pode comprar até 15 milhões de toneladas de milho de outros países em 2015, de acordo com previsão da Shanghai JC IntelligenceCo.
O relatório do banco diz ainda que os preços de energia podem aumentar, elevando a atratividade pelos biocombustíveis feitos de commodities agrícolas e estimular também o preços dos fertilizantes. "Preços mais altos de energia têm efeito sobre milho e açúcar", afirma.
As informações são da Bloomberg, publicadas no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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