Na Escócia, existem agora somente três milhões de ovinos comparado com quase cinco milhões no final da década de noventa.
Muito tem sido feito, no atual clima de preocupações com relação à segurança alimentar, sobre a necessidade para o Reino Unido de se tornar auto-suficiente. No entanto, uma avaliação do setor ovino, feita pelo analista da indústria de carnes vermelhas, Lionel Colby, mostra que isso não será tão fácil.
"O regime de carne ovina da União Européia (UE) entrou em vigor em outubro de 1980. Isso resultou na introdução de pagamentos diretos de subsídios incluindo um prêmio variável, que resultou em produtores tendo seus retornos cobertos se o preço do mercado caísse a um nível combinado".
"Em 1992, a indústria conseguiu um nível de auto-suficiência de 117%. No entanto, em 2005 o preço prêmio pago pelas ovelhas de cria foi abolido e, como resultado, o rebanho ovino nacional entrou em declínio desde então".
A desastrosa epidemia de febre aftosa em 2001 certamente não ajudou o setor: milhões de ovinos foram abatidos de forma preventiva. Subsequentemente, muitos produtores não repuseram seus rebanhos com ovelhas. O resultado líquido é que o nível de auto-suficiência do Reino Unido é agora de pouco mais de 80%.
Colby disse que as chances de um aumento imediato são pequenas. "A menos que haja um grande aumento no retorno dos cordeiros, a auto-suficiência pode ainda deteriorar em médio prazo. Entretanto, as previsões de exportação são boas, pelo menos em curto prazo, ajudadas pelo menor valor da libra esterlina com relação ao euro. Também há a possibilidade de menores importações de cordeiros da Nova Zelândia, considerando o forte declínio na produção neste país e a disponibilidade de exportação".
Os retornos de mercado para o cordeiro no Reino Unido têm aumentado nos últimos dias, com o preço dos cordeiros no ponto de abate tendo atingido níveis recordes. As compras de carne de cordeiro, de acordo com a analista de mercado TNS, no período de 52 semanas até o final de novembro de 2008, caíram em 4%. Entretanto, o gasto real aumentou em 2%, direcionado pelo aumento de 8% nos preços varejistas.
As exportações, particularmente para a França, onde o número de ovinos vem caindo de forma mais dramática, permanecem boas, com os comerciantes afirmando que o cordeiro britânico está com preço competitivo. No entanto, parece que o menor número de animais está tendo uma participação importante no aumento dos preços.
O aumento dos preços dos cordeiros poderá levar os produtores a um dilema, tendo que escolher entre vender os animais para aproveitar os altos preços ou mantê-los para a reposição dos rebanhos.
A reportagem é do The Scotsman, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.
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