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Reserva Legal: proprietários podem explorar sua área

postado em 15/09/2009

15 comentários
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O proprietário de uma área rural poderá colher sementes, castanhas e frutos, pegar lenha para uso doméstico e usar madeira para construir benfeitorias dentro de sua reserva legal. Nessa área, também poderá fazer o manejo florestal sustentável, ou seja, cortar algumas árvores de forma alternada.

As medidas integram uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que regula o uso sustentável das reservas legais localizadas dentro das propriedades rurais. Com as regras, o MMA quer dar uma resposta aos ruralistas, que reclamam da quantidade de áreas protegidas ambientalmente, sustentando que elas dificultam a sobrevivência dos produtores, principalmente dos pequenos.

"Já havia a previsão do uso sustentável da reserva legal no Código Florestal. Mas, na prática, ninguém conseguia utilizá-la e todos interpretavam a área como indisponível", afirma João de Deus Medeiros, diretor do Departamento de Florestas do MMA. Até multas eram dadas a quem utilizava a reserva. Agora, a norma permite a abertura de trilhas para ecoturismo nas reservas, além de pequenas vias de acesso para retirada de produtos florestais. Mas a cobertura vegetal da área não pode ser descaracterizada nem sua função ambiental, prejudicada. A Área de Preservação Permanente (APP), como margens de rios e topos de morros, continua intocável.

A ação é uma tentativa de mostrar que não há necessidade de mudar radicalmente a legislação ambiental, tendo em vista a intenção de ruralistas de alterar o Código Florestal. Uns defendem até a sua revogação. De acordo com Medeiros, muitas dificuldades apresentadas pelo setor rural não são problemas do Código Florestal, mas, sim, da falta de regulamentação. O diretor afirma que a instrução normativa publicada na quarta-feira passada no Diário Oficial da União é "fruto de consenso com diferentes movimentos" da sociedade.

O Ministério da Agricultura, no entanto, parece não ter entrado nesse consenso. A pasta considera que a medida atende mais aos pequenos produtores e não resolve as dificuldades dos médios e grandes.

Na opinião de Raul do Valle, coordenador adjunto do programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), a regulamentação do uso sustentável das reservas "desmitifica a ideia de que o Código emperra tudo e engessa o uso rural". "Havia uma desinformação muito grande. Algumas pessoas achavam até que a reserva pertencia ao Ibama", diz. Valle considera que, com o uso da reserva legal, os produtores vão "se apropriar da área e cuidar dela". "A área podia pegar fogo que o proprietário não se importava", afirma. Para ele, o uso da reserva pode incentivar os proprietários a recuperarem as reservas que sofreram degradação. Ele também defende um incentivo econômico para quem recuperar a reserva e a APP. Uma solução, por exemplo, seria abater parte da dívida de produtores que utilizaram crédito rural.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Marcos Salazar de Paula

Lima Duarte - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 15/09/2009

Tudo bem poder manejar a reserva legal, mas em Minas, como no Brasil, continuamos a dispor de menos de 1/3 das terras para produzir nosso sustento.
Na Zona da Mata de Minas, por exemplo, o que não é brejo ou topo de morro (APP), é ladeira fraca e improdutiva.
Continuamos a ser criminosos ambientais aos olhos do governo, continuamos entregues aos biólogos e ministros doidões.
Só mesmo ignorantes e doidões podem achar que esta lei, defunta e ressucitada, não é um autêntico Frankstein!
Precisamos é de uma lei ambiental nova, que incentive o conservacionismo sem punir a produção e que tenha seu foco principal no maior e mais sério problema ambiental atual, o aquecimento global.
Precisamos é sequestrar carbono e não voltar para a idade da pedra!
Catar coquinho no mato é sonho de vida de doidão não de quem quer um mundo melhor.

Iria Maria Davanse Pieroni

Cuiabá - Mato Grosso - Advogada e Produção de Gado de Corte
postado em 15/09/2009

Senhores,
Já há previsão no Código Florestal, acerca da possibilidade de usar de forma racional e sustentável área de reserva legal (ARL). Ocorre que, para tanto há necessidade de "Autorização" dos IBAMA ou Secretariais Estaduais de Meio Ambiente. É aqui que a coisa pega! Não se consegue obter "autorização".
Já vive experiência no Estado de Rondônia. A ponto foi levada pelas águas das fortes chuvas. O prefeito de Novo Horizonte pediu árvores a proprietários de terras no município para recuperar as pontos e viabilizar a locomoção das pessoas. Pasmem! Mas não consegui autorização!!!!
O problema não está só nas normas, mas na falta de conhecimento dos que deveriam saber interpretá-las e emitir as autorizações, ou ainda, ajudar, facilitar na elaboração e aprovação de projetos.

MARCOS SERGIO DE SOUZA

Nova Bandeirantes - Mato Grosso - Comércio de café (B2B)
postado em 15/09/2009

Concordo plenamente com o companheiro produtor rural na cabeça desses ambientalistas todo mundo vai viver de artesanato e pulseirinhas, e que vai produzir alimentos .
Estamos nos tornando a maior potencia mundial de produtores de alimentos ,e somos obrigados a lutar contra interesses estrangeiros e inimigos internos.
Chega vamos dar um basta o BRASIL e dos brasileiros ,vamos honrar nossos antepassados que deram a vida para desbravar esse pais.
Preservar sim mas com leis atuais ,para um mundo atual em que o primeiro lugar seja o HOMEM e sua nessessidades.

wilson tarciso giembinsky

Paracatu - Minas Gerais - Produção de gado de corte
postado em 16/09/2009

Meu pai foi serrar, para uso próprio, uma sucupira que morreu lá no meio do pasto, não era área de APP nem de RL e foi multado!

As brachiárias e os panicuns entram nas áreas de APP e RL, não somos nós que plantamos, vão acabar dizendo que nós descaracterizamos a vegetação destas áreas.

Contando com tudo que já esta sendo proposto para as mudanças no código floresta eu, como produtor rural preservacionista, pressionado pelas necessidades econômicas, ambientais, sociais e legais proponho também que:

1- as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) sejam contadas como parte da Reserva Legal (RL)
2- que os órgãos ambientais governamentais sejam os responsáveis pela demarcação física (colocação de marcos) das APPs e RL lá na propriedade rural, (com o acompanhamento do produtor). Assim o produtor teria a noção de até onde pode usar para produzir.
3- que uma vez comprovadas a existência de APPs e RL o produtor não precisa pedir licenças ambientais para atividades normais de agricultura e pecuária como é a exigência legal atual ( em Minas Gerais exigem licença ambiental para plantio de sequeiro acima de 100 hectares, hortaliças acima de 10 hectares e gado acima de 500 cabeças, mesmo a pasto) isto onera ainda mais a produção. Isto liberaria da burocracia os vários agentes ambientais para que fiscalizem a preservação e o uso das APPs e RL
4- que as APPs e RL possam ter plantio intercalado, não exclusivo de frutíferas e hortaliças, mesmo não nativas, e que a colheita destes produtos seja liberada. Quem esta produzindo cuida para que o ambiente seja preservado e tenha produção!
5- que as áreas preservadas, APPs, RL e outras áreas voluntariamente preservadas apenas com vegetação nativa, sejam pagas ao produtor rural ou pelo menos reembolsadas em termos de lucro da produção perdida ad eternum. Porque nós produtores fomos confiscados em nossa área de produção e estamos preservando para a sociedade, para a humanidade, que ela, sociedade, também colabore com esta preservação, visto que ainda ficamos com o ônus legal e criminal de cuidar do que nos foi confiscado.
6- que cada proprietário urbano invista pelo menos 20% do valor do imóvel cadastrado no IPTU, em áreas rurais de preservação nativa. (é para ele que produzimos alimentos). O proprietário rural, que possui imóvel urbano, já investiu portanto está isento
7- que as áreas ambientalmente preservadas, que excedem às áreas de APPs e RL, não sejam computadas para cálculo de produtividade.
8- que as máquinas agrícolas destinadas à produção de alimentos sejam totalmente isentas de qualquer tipo de imposto, assim o governo contribuiria com a função social da propriedade.

Reinaldo Bassan Gonçalves

São José do Rio Preto - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 16/09/2009

A quem realmente interessa manter este confuso e retrógrado Código Florestal ?
Quem financia esta pantomima dos doidões e o delírio dos ecochatos?
A imprensa precisa escancarar esta farsa, pois por trás deste discurso de "proteção à naturesa", existem claros interesses no desmonte do sistema produtivo nacional.

Anderson Alex Oliveira Duque

Lima Duarte - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 16/09/2009

Sr. Jõao de Deus, pelo amor de Deus, se APP fosse só as margens de rios o problemas do pessoal das montanhas não seria tão grande, mas a frase correta é: às margens dos cursos dágua, inclusive os cursos d´águas intermitentes... por favor passe a informação correta, e olha que já ouvi o ministro falando a mesma coisa.

Acho que o principal nesta discursão é todos serem honestos e passarem informações corretas.

Até mas.

Lauro Klas Junior

Curitiba - Paraná - Produção de gado de corte
postado em 17/09/2009

A notícia é interessante.
Gostaria de ver a INSTRUÇÃO NORMATIVA na íntegra, bem como saber dos trâmites para usufruir da liberação sem receber punição.
A equipe do Beef Point poderia publicar a instrução?
Lauro Klas Junior
Pecuarista-MS.

ALEXANDRE TEODORO DE RESENDE

Amambai - Mato Grosso do Sul - Frigoríficos
postado em 19/09/2009

O IBAMA no brasil tem 20 anos de existencia, os produtores rurais da geracao anterior a minha( meu pai) se nao trabalhasse duro na terra era desconsiderado na sociedade, hoje se vc produz esta na mirar de sem terras e supostos ambientalistas (na sua grande maioria oportunistas) que estudaram muito o asunto mas sao de vivencia pobre dentro da atividade. Vejo com muita reticencia tudo que esta acontecendo, a nos produtores esta sendo imposta uma carga de registrar e averbar resevas em prazos super acelerados, proteger as APPS , delimitar areas e forma de uso da terra,acho isso tudo de crucial importancia para todos nos ,preservar e necessario, mas tudo passa por um processo que trocando em miudos custa caro , e alem de custar caro tem um tramite processual muito moroso e alem disso quando durante a axecucao deste trabalho chega se a conclusao que sua propriedade deixa de cumprir algum dos pre requesitos se complica tudo outra vez e o processo alem de mais moroso podera incorrer em consequencias graves para o produtor.Gostaria de resaltar que o rpodutor rural nao e bandido, algumas vezes pode estar desinformado mas sao pessoas concientes, empreendedoras, trabalhadoras mas tem que ter os recursos.

Alvaro Cardoso Fernandes de Pádua

Presidente Prudente - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 19/09/2009

Prezados Srs leitores,

Concordo com o Sr Marcos Salazar: precisamos de um Código Florestal novo que particularize cada região, haja vista a diversidade geomorfolócia existente no território brasileiro. Em hipótese alguma, a região Sul de Minas, caso de Santa Catarina e muitas outras, devem ser tratadas de forma igual às demais. São regiões muito diferentes: uma é rica em água, outra em encostas, e aí vaí. Nestas áreas, penso que as APPs (Área de Preservação Permanente) devem fazer parte da Reserva Legal, caso contrário, restará nessas propriedades muito pouca área explorável. É o caso da propriedade de meu pai.

Nesse sentido, gostaria de saber a quantas anda no congresso a proposta de lei que contempla as APPs como RESERVA LEGAL. Penso que o momento é de proprietários dessas regiões se unirem a fim de pressionar a esse respeito. Não sei se seria o caso de mobilizar via Sindicatos.

Para contato a este respeito: a.c.fpadua@hotmail.com

Atenciosamente,

ANTONIO CAMILO GUIMARAES DE OLIVEIRA

Itabira - Minas Gerais - Produção de café
postado em 19/09/2009

Concordo com Lauro Klas Junior, e para evitar mal-entendidos, gostaria de ver a INSTRUÇÃO NORMATIVA na íntegra, ou ainformação de seu número e data de publicação.

CESAR AUGUSTO DE MOURA

Colatina - Espírito Santo - Técnico
postado em 20/09/2009

Acredito que estamos evoluindo com a questão, mas a evolução da legislação deve necessariamente ser direcionada regionalmente, considerando as peculiaridades de cada relevo, vegetação e cursos d´água, nunca esquecendo de considerar o aspecto social, implementando medidas locais para que haja a proteção do sistema, como um todo: ambiente, produtor, sociedade.

Eloir Antonio Lazzarotto

Enéas Marques - Paraná - Produção de leite
postado em 25/09/2009

A questao meio ambiente dara muitas discussoes ainda, vai ter politico discursando a conveniencia do momento, vai ter os que vao falar oque a bancada dos partidos acham , vai ter os que nao entendem nada e so atrapalham,vai ter ambientalista fazendo greve de fome, passeatas , discursos inflamados criticando o sistema. E nos ficaremos a merce da briga do minc e stephanes e das contradicoes das leis que incham a nossa paciencia. muitas vezes da vontade de parar com tudo e viver as custas de cestas basicas e bolsas de tudo, que o governo demagogicamente distribui.

Wilson Bocardi Machado

São José dos Campos - São Paulo - Produção de café
postado em 26/09/2009

O caminho para uma agricultura sustentável está na valorização econômica das reservas ambientais, com pagamentos em dinheiro aos proprietários, de forma que os beneficiários (Sociedade como um todo) continuem tendo beneficios como por exemplo, a produção contí­nua de água das nascentes, que hoje é um bem econômico do Estado gerido através da ANA (Agência Nacional de Águas).

O Agricultor somente mudará sua forma de agir quando uma Área de floresta tiver condições de gerar recursos para o alimento de sua família.

Precisamos começar a direcionar, em forma conjunta, o pensamento Político, através de novas Leis que garantam Renda no Campo, a exemplo do que é feito nos paí­ses desenvolvidos. Todo hectare reservado (Reserva Legal ou outras) deve ter um retorno econômico, por força de Lei, visto que é um bem do agricultor.

Não podemos mais aceitar que o sacrificio diário dos agricultores, que vivem isolados no Campo, longe dos beneficios da Cidade, quase não tendo renda para manter as condições mínimas de sustento e saúde familiar, não seja remunerado.

Não poder ir às compras tem um valor... contra produzir alimento no campo;
Não poder ir ao cinema tem um valor... idem;
Não poder levar os filhos para passear tem um valor... idem;
Não poder ir a um restaurante com a família tem um valor... idem;
Não viver os benefícios de uma vida em Cidade tem um valor... idem;

O caminho é um só: mudar a Lei a favor do salário "Renda Mí­nima no Campo".

Não sei como fazer isto sozinho, mas esta é a solução mais sensata...

Maria Lúcia de Barros Mendes Kassar

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Produção de gado de corte
postado em 10/10/2009

E aí, será que liberaram as áreas de reserva legal para a pecuária? Estamos esperando clareza e definição dos que desfrutam do ar condicionado planaltiano enquanto redigem essas leis que tiram nosso sono e vontade de levar adiante.

Tirar 20% do gado da fazenda, gado este que anda em meio a matas e brejos, em fazendas já tão difíceis de administrar devido a matas fechadas e há muito por nós protegidas, vão tornar inviável a criação de gado, já tão sacrificada com os baixissimos peços da arroba, cujo preço agora está monopolizado nas mãos de apenas um. o governo não enxerga que ninguém melhor que os verdadeiros pantaneiros para proteger a natureza.

Atenção: até hoje não temos luz nem telefone no pantanaL, por isso tamanha evasão rural.

Silvana Lemos Surto

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 10/08/2017

Meu sofrimento com estas queimadas que destroem minha reserva. Desde 2013 só tenho gasto. Tenho pai e mãe com câncer, o dinheiro que ganho não consigo nem comprar remédios para eles. A lei ambiental tem que mudar, onde já se viu o agricultor pagar tudo?


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