Embora esse período seja de entressafra para os pastos naturais, as geadas mais frequentes nesta entrada de inverno tem causado uma debilitação maior das plantas, reduzindo seu volume e qualidade. Essa queda já está se refletindo na produção de leite. "Estamos calculando uma quebra acima de 10% nos últimos 15 dias", afirma José Ernesto Ferreira, presidente da Gadolando. Segundo o dirigente, esse número só não é maior porque a maioria dos produtores alimenta seu gado com forragens cultivadas, como aveia e azevém, que apresentam boa tolerância ao frio. "Quem trabalha apenas com pasto nativo teve perdas acima de 50%.
Mas as pastagens cultivadas também podem registrar perdas se o frio continuar intenso por um período muito longo. "Com temperaturas muito baixas durante um tempo prolongado, o crescimento das plantas fica reduzido, e os animais seguem comendo, o que pode fazer com que haja diminuição da forragem", diz Fábio Schlick, assistente técnico regional de pastagens da Emater em Bagé.
Efeito semelhante é esperado nas hortaliças, mesmo aquelas cultivadas em ambientes protegidos como estufas, onde os reflexos do clima devem causar a diminuição na oferta e qualidade de alguns produtos. No entanto, para grande parte dos fruticultores, as temperaturas mais baixas são uma boa notícia. Outras lavouras que são beneficiadas pelo atual clima são os cereais de inverno, como trigo e cevada.
Nas lavouras mais adiantadas, o frio tem sido um aliado dos produtores. "Ele previne o surgimento de doenças, especialmente fungos, aumenta o sistema de raízes, e faz com que a planta se desenvolva melhor, sem aceleração do crescimento", comenta o agrônomo Ataídes Jacobsen. De acordo com ele, a maior preocupação para os triticultores é que as geadas também ocorram durante o período reprodutivo da planta, em agosto e setembro.
As informações são do Jornal do Comércio, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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