Para estimular criadores e pequenas cooperativas na produção de produtos derivados, o tema “Laticínios de leite de cabra” será abordado durante debate no dia 8 de junho, dentro da programação do XI Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel), realizado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte. O evento, que possui vasta programação direcionada à cadeia produtiva da ovinocaprinocultura, acontecerá entre os dias 5 e 8 de junho, no Parque de Exposição Aristófanes Fernandes, em Parnamirim.
No Assentamento Nova Descoberta, localizado na área da chapada do município de Apodi, Natanael Almeida é um dos poucos criadores de caprinos que se dedica à produção leiteira. Mesmo assim, os cerca de 120 litros de leite produzidos diariamente são comercializados junto a pequenas indústrias de beneficiamento da região. “A gente não produz nada aqui. Todo o leite que tiramos é vendido para ser beneficiado e depois comprado pelo governo. Dá mais lucro para a gente. A gente não tem como produzir, tem que ter equipamentos e é tudo caro”, esclarece.
A explicação para falta de um melhor aproveitamento do leite de cabra como matéria prima para a composição de produtos como queijo, rapadura, iogurte, doces e até licor pode estar também na baixa aceitação dos produtos derivados do leite de cabra pela população. “Além do investimento alto, a gente não fabrica nada porque as pessoas não se acostumaram a comer produtos com leite de cabra. Acham que tem cheiro ruim, e não tem muita saída”, acredita o criador.
“O mercado governamental ainda é muito atrativo, cerca de 90% da produção é pasteurizada e destinada ao Programa do Leite. Existem poucas iniciativas, como em Currais Novos, onde o leite recebido dos produtores é destinado à produção de queijos de coalho”, explica Vamberto Torres, gestor do Projeto Aprisco do Sebrae-RN, responsável pela capacitação de cerca de 120 ovinocaprinocultores no estado. Os poucos registros de experiências com a produção de derivados de leite de cabra são isolados, realizados, em sua maioria, por produtores independentes, que fabricam produtos como molho, rapaduras e queijo.
Carne caprina
Além dos fatores climáticos, a exemplo da longa estiagem que se estendeu no semiárido nordestino e reduziu o rebanho em mais de 50%, a criação de caprinos enfrenta ainda outras dificuldades, especialmente no que diz respeito à aceitação da carne no mercado. Mas em Apodi, criadores associados à Cooperativa da Agricultura Familiar de Apodi (COOAFAPI) preparam a reativação de projeto junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que garante renda a criadores e estimula o consumo de carne caprina entre a população.
De acordo com o presidente da Cooafapi, José Ferreira Filho, durante os seis anos em que esteve em vigor, de 2006 a dezembro de 2012, o projeto, que consiste na compra da carne de caprinos pela Conab para distribuição gratuita em escolas públicas e outras entidades, ajudou a disseminar o consumo de carne de caprino na região.
“Apesar de sermos grandes criadores de caprinos, o consumo de carne era quase nada. Com o projeto, o interesse da população em consumir a carne de caprino foi despertado. E isso melhorou muito a situação dos criadores. Por isso estamos buscando reativar o projeto junto à Conab”, destaca. Com o projeto, mais de 30 criadores são beneficiados.
As informações são do Rural Centro, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
jorge antonio
Natal - Rio Grande do Norte - Estudante
postado em 25/04/2014
Muito bom. Gostaria de mais informações.