Programa do Leite do Rio Grande do Norte enfrenta crise financeira (Foto: Assessoria/Famato)
“Precisamos sentar com os criadores e produtores para definirmos como esse pagamento será feito. Além disso, precisamos discutir como será feita o novo cadastro dos beneficiários, pois o programa não passa por ajustes há uns três anos”, disse o secretário.
O Programa do Leite foi criado para combater a mortalidade infantil na década de 1990 e chegou a uma produção diária de 600 mil litros de leite, atendendo cerca de 150 mil famílias. Atualmente, devido a crise ocasionada pela intensa seca e por problemas de gestão política, os produtores estão receosos quanto à longevidade do programa.
Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados do Rio Grande do Norte, Marcelo Passos, a produção caiu pela metade e isso afetou toda a cadeia produtiva, deixando o produtor rural com o prejuízo. Outro fator que prejudica ainda mais a produção de leite no estado são as dificuldades em se adquirir insumos agrícolas junto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Esse programa está desacreditado e falido. Os produtores estão desestimulados, por conta de tantas promessas do governo e que não são confirmadas. A produção está difícil de se desenvolver. A distribuição é feita de acordo com o produtor, mas o repasse que é feito ao produtor não equivale a metade”, criticou Passos.
Governo estuda formas para pagamento
Para o secretário estadual de Agricultura, Tarcísio Bezerra, o governo também acumula prejuízos com o Programa do Leite. Segundo o secretário, são gastos mais de R$ 6 milhões por mês, apesar das constantes críticas dos produtores.
“Chegamos a conclusão que devemos fazer um reajuste operacional do programa. Temos gastos de R$ 6 milhões mensais e os produtores continuam reclamando do programa. Infelizmente, estamos com três quinzenas em atraso. Estamos aguardando os valores das indústrias, que nos são repassados pela Emater, para avaliarmos a situação e a melhor forma para o pagamento”, explica.
Mesmo assim, o presidente do Sinproleite não tem esperanças em melhoria da situação e acredita que o programa pode estar com os dias contados.
“ A bacia leiteira está totalmente comprometida. Eu acho muito difícil esta situação ser resolvida. O estado atravessa uma crise econômica complicada. Somos otimistas, mas a situação é extremamente pessimista”, lamenta.
As informações são do G1 do RN, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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