"Só para se ter uma ideia, de 2003 para cá o plantel de aproximadamente 63 mil ovinos evoluiu para 128 mil cabeças, que hoje estão distribuídas em quase 4.500 propriedades", informou Carlos Magno, secretário estadual de Agricultura. Ainda assim, a produção é bem inferior à demanda. No último dia de campo realizado em Rolim de Moura na semana passada, um dos tópicos mais discutidos foi justamente a comercialização. Pelo menos 250 produtores e técnicos da Emater e Seagri debateram as saídas para aumentar a produção e atender o mercado, que está cada vez mais exigente. "O produtor tem que se organizar e produzir o que o consumidor deseja: maciez, sabor e bom preço. Ou seja, um produto de qualidade, com baixo teor de gordura", disse Sandra Régia de Paula Carvalho, coordenadora do setor de Ovinocultura da Seagri.
Conforme a veterinária, a maioria dos produtores de Rondônia ainda não está produzindo com tecnologia adequada focada no confinamento e seguindo padrões de manejo alimentar, sanitário e reprodutivo. De acordo com Sandra de Paula, sanidade, genética e nutrição são fatores essenciais para se produzir uma carne de qualidade. "É fundamental dar uma alimentação adequada para os animais, vermifugar na época certa e fornecer sal mineral", ressaltou a veterinária. Seguidos esses passos, o resultado são animais que podem ser abatidos mais precocemente.
De acordo com o zootecnista Jobel Beserra, gerente de Pecuária da Seagri, grande parte dos animais que estão sendo comercializados são descartes: animais acima de um ano, "considerados impróprios para o mercado porque o ovino está velho, portanto a carne fica mais dura", disse o zootecnista. Ele adiantou que o ideal é que o animal seja abatido entre seis e oito meses, e dependendo do manejo, há ovinos que ficam no ponto de abate já aos três meses. "Hoje o nosso grande desafio é produzir animais precoces com carne de alta qualidade e escala de produção para o ano todo. Mercado para absorver essa produção tem", complementou Beserra.
Para o deputado estadual Luiz Cláudio, que também é ovinocultor, há duas saídas viáveis para a ovinocultura. "Uma delas seria os produtores se organizarem através de uma cooperativa, a outra é a integração industrial com um frigorífico", disse o parlamentar. "Se a cadeia produtiva estiver organizada, o próximo passo é correr atrás de uma política de crédito para investimento e custeio. Certamente isso vai fomentar mais ainda a ovinocultura em Rondônia", completou.
As informações são do portal Rondoniaovivo, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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