O ministro negou que o pedido de demissão tenha motivações políticas, eleitorais ou de caráter pessoal. "Apenas a minha colaboração está terminada e saio com o sentimento do dever cumprido", reafirmou. Ele enumerou os pontos que considerou destaques da sua gestão, como a agronergia e a forte participação do Brasil nas negociações internacionais. "Eu estou convencido de que a agronergia é o novo paradigma na agricultura mundial e vai criar uma nova civilização no planeta. Uma civilização equilibrada, sustentável e renovável", disse, lembrando que nas primeiras semanas à frente do ministério, em janeiro de 2003, levou esse conceito ao governo federal.
Rodrigues ressaltou a criação da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio no âmbito do Ministério da Agricultura como fundamental para ampliar a presença do País nas negociações agrícolas nos fóruns internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Grupo de Cairns (que reúne os principais países exportadores agrícolas) e o G-20 (idealizado por ele). Também lembrou a implementação de comitês consultivos como facilitadores das relações bilaterais entre o Brasil e seus parceiros comerciais como Estados Unidos, Canadá, Chile e Coréia.
Para o ministro, sua saída não prejudicará as negociações agrícolas na Rodada de Doha. Ele informou que uma equipe técnica está assessorando os negociadores brasileiros na reunião do Grupo de Cairns, que acontece em Genebra esta semana. "O ministro Celso Amorim (das Relações Exteriores) defende muito bem a agricultura brasileira, independente da minha presença".
Rodrigues disse ainda que sua saída não implicará em mudança na atual política agrícola conduzida pelo governo federal e informou que as medidas estruturantes que podem amenizar a crise enfrentada pelo setor agrícola estão sendo 'tecnicamente' tratadas. Estas medidas seriam complementares aos pacotes de apoio aos produtores rurais anunciados este ano e envolveriam questões fiscais e tributárias.
"O que era possível fazer, como maior oferta de crédito e redução de juros, foi feito, graças ao empenho do ministro Guido Mantega (da Fazenda), da ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e do ministro Paulo Bernardo (do Planejamento). Agora, as questões estruturantes não dependem mais da minha presença", declarou Rodrigues.
As informações são do MAPA.
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