O Estado é o maior produtor de lã do país. Do total produzido pelos criadores, 70% é beneficiado na região. Este ano, por causa da crise econômica mundial, a indústria gaúcha enfrenta dificuldades.
O principal segmento atingido foi o de lãs finas, como a merino australiano. Não faltaram compradores, mas o preço chegou a cair 37,5%. Em todo o Estado, a estimativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) é de que 20% do rebanho seja de lãs finas. Segundo o presidente da Comissão de Ovinos da entidade, Glênio Prudente, o mercado da lã fina desaqueceu, tanto aqui no Estado quanto em nossos países vizinhos.
O mercado europeu que comprava, até o ano passado, 90% da lã que era beneficiada pelas indústrias cancelou a maioria dos pedidos. Com a redução nas atividades industriais, os produtores de lã gaúchos passaram a negociar o produto com o Uruguai.
Rodrigo de Los Santos é atravessador. Ele compra lã de produtores brasileiros para revender, e conta que, a cada semana, saem de Santana do Livramento duas carretas, cada uma com 20 toneladas, com destino ao Uruguai.
"Nosso principal concorrente é o Uruguai, que acaba comprando nossa lã e revendendo para a China, um dos principais compradores, a um preço muito mais barato do que conseguimos fazer. Lá eles trabalham com incentivos do governo que nós não temos", compara o presidente da Cooperativa de Lã Tejupá, Carlos Leal.
Contudo, dois fatores impediram que a lã estivesse em um nível catastrófico de vendas: o baixo estoque do produto em todo mundo e a reação do dólar em relação ao real, beneficiando as lãs mais grossas, que são mais baratas.
Atualmente, 70% da lã produzida na região é beneficiada pelo país vizinho. Do porto de Montevidéu segue para a China, já lavada e penteada pela indústria uruguaia.
As informações são do Canal Rural e do jornal Zero Hora, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.
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