Com duração prevista de dois anos, o projeto está sendo coordenado pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Cesar Poli, além dos pesquisadores da Fepagro, Zélia Maria de Souza Castilhos e Flávio de Conde Albite, diretor da Fepagro Viamão, cientistas da Universidade Federal do Paraná, estudantes de graduação e pós-graduação da Ufrgs e estagiários de outras universidades.
O diretor-presidente em exercício da Fepagro, Alexander Cenci, disse da importância desta iniciativa interinstitucional pelo desenvolvimento da pesquisa que atende o contexto atual da ovinocultura do Estado. Albite falou sobre os investimentos para capacitar a unidade de Viamão a receber este importante projeto. Segundo ele, no local também são feitos trabalhos com cana-de-açúcar, soja, feijão, butiá e polinização com abelhas sem ferrão. "O espaço ainda pode ser utilizado para piscicultura, plantas medicinais e estação meteorológica", conclui.
Para o professor Poli, o grande diferencial deste trabalho multidisciplinar será o montante de informações, por envolver pesquisadores de diferentes áreas. A pesquisa dará um importante impacto na redução da sazonalidade de produção de carne de ovinos, no melhoramento da sua qualidade e na sustentabilidade ambiental. Essa diminuição de períodos promoverá avanços importantes na indústria (com a diminuição da capacidade ociosa) e no comércio, além de gerar impactos para o consumidor (com o oferecimento de carne de qualidade) e para o produtor (com o aumento do retorno econômico).
O evento contou com as presenças dos diretores do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), Maurício Gauterio Dasso, da Fepagro Campanha - Hulha Negra, Adriana Tarouco e da Fepagro Serra do Sudeste - Encruzilhada do Sul, Elder Coelho Lopes.
Sobre o Projeto
O projeto está avaliando diferentes sistemas de alimentação de cordeiros das raças Corriedale e Texel terminados em pastagens de verão para produção de cordeiros de forma sustentável e de qualidade no outono. O trabalho gerará as seguintes informações: desempenho animal em pastagens de verão, desempenho das pastagens, emissões de metano, infecções de parasitoses gastrointestinais (um dos maiores problemas da ovinocultura) para o controle da verminose, crescimento através de ultrassonografia para a avaliada da deposição de músculo e gordura, avaliação da qualidade da carne em relação aos tipos de ácidos graxos e compostos fenólicos, caracterização de carcaça, diferenciação genética, comportamento ingestivo e, por fim, a análise econômica dos diferentes sistemas de alimentação dos cordeiros.
Forrageiras
No primeiro ano do projeto estão sendo analisados três tipos diferentes de gramíneas de grande importância para a região Sul: grama bermuda Cynodon spp.cv. Tifton-85, capim aruana Panicum maximum cv. IZ-, e braquiária brizanta Brachiaria brizantha cv. Marandu.
Segundo a pesquisadora Zélia Maria de Souza Castilhos, responsável pela área de pastagens, está sendo avaliada qual a melhor espécie forrageira em termos econômicos. "A que der melhor rendimento de gordura de cobertura e tiver melhor retorno econômico vai ser repetida na segunda fase do projeto com suplementação com concentrados e leguminosas", explica a pesquisadora.
Parasitas
Um dos graves problemas que afetam a agropecuária é o parasitismo. O responsável pela coleta de informações nesta área é aluno de mestrado Fernando Magalhães de Souza. "Nós estamos estudando como o ambiente influencia na infestação das larvas na pastagem, por isso analisamos temperatura, umidade e incidência de raios solares. Além disso, estamos fazendo exames parasitológicos nos ovinos", explica.
Segundo ano
Será avaliada, no segundo ano, a gramínea que tiver o melhor desempenho na análise econômica, com o uso de diferentes formas de suplementação alimentar dos animais. Os tratamentos serão: escolha da espécie de gramínea com melhor rendimento na análise econômica, suplementação a 1,5% do peso vivo com ração à base de farelo de soja e milho, suplementação a 2,5% do peso vivo com ração à base de farelo de soja e milho, oferecimento de uma área suplementar sem restrição de consumo de feijão miúdo.
Financiamento
O estudo é financiado pelo CNPq, Fepagro e Ufrgs. Os investimentos pagam os materiais e as bolsas dos alunos. "É um grande trabalho e com um excelente custo-benefício", afirma o coordenador do projeto.
No final do projeto, serão geradas três teses de doutorado, três dissertações de mestrado e quatro estágios curriculares de diferentes universidades brasileiras e internacionais.
As informações são da Fepagro, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
antonio jose prandini
Palmas - Tocantins - Revenda de produtos agropecuários
postado em 17/06/2012
meu interesse em iniciar criação de ovinos, me desperta para o manejo em pastagens naturais .