A escassez de sementes ameaça atrapalhar o que algumas pessoas esperam ser a maior safra de milho dos EUA, maior produtor mundial, desde a Segunda Guerra. As primeiras previsões apontam para um aumento de 38 milhões de hectares na safra, 3,4% a mais que em 2011.
O problema pode gerar o segundo ano seguido de turbulência no mercado de milho. As temperaturas altas do ano passado geraram uma safra americana menor que a esperada pelos operadores, alimentando uma alta histórica da cotação do milho, que bateu recorde no terceiro trimestre, a US$ 8 o bushel.
A cotação do milho caiu no segundo semestre quando a safra de outono reabasteceu a oferta. Mas os futuros do milho têm subido nas últimas três semanas e já registram alta de 14% no período. Embora boa parte disso seja motivada pelos temores de uma colheita menor que a esperada na América do Sul por causa da seca, a perspectiva de declínio na oferta de sementes pode impulsionar ainda mais a cotação, disse Jason Britt, presidente da corretora americana Central States Commodities.
O futuro do milho fechou na quarta-feira inalterado a US$ 6.5850 o bushel na Bolsa de Chicago. Uma safra decepcionante pode reativar as expectativas de o milho chegar a US$ 9 ou US$ 10 o bushel, disse Britt.
"As consequências de termos uma safra igual à do ano passado seriam bem severas", disse Britt. Os operadores "começarão a questionar se a safra que estamos plantando agora está começando com o pé esquerdo". A Monsanto Co. e outras grandes produtoras de sementes continuam otimistas sobre a oferta.
A Pioneer Hi-Bred, a subsidiária de sementes da DuPont Co., informou que alguns produtores não poderão receber agora as sementes que preferem, mas notou que isso acontece todo ano. A empresa não prevê que ocorrerá uma escassez severa por causa da oferta limitada de sementes, disse Terry Gardners, diretor de marketing e eficiência de vendas da Pioneer. "Estamos numa posição excelente em relação a contarmos com uma oferta adequada de sementes", disse Gardner.
A Monsanto, maior produtora de sementes do mundo em volume, ressaltou, através de um porta-voz, uma apresentação para investidores em novembro onde um executivo da empresa expressou confiança na integridade da oferta de sementes.
As informações são do Wall Street Journal, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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