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Sebrae orienta ovinocaprinocultores a buscarem os principais mercados mundiais

postado em 14/05/2015

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Acaba de sair do forno um estudo do Sebrae sobre a caprinocultura e ovinocultura de corte no Brasil. O trabalho é fruto de um convênio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Sebrae Paraíba. Trata-se de relatório feito a partir de uma ação de benchmarketing internacional, que comparou a ovinocaprinocultura brasileira com a de países com tradição na atividade: Uruguai, Reino Unido, Nova Zelândia, Espanha e Austrália.

A análise comparativa apontou os principais entraves para o desenvolvimento da cadeia da ovinocaprinocultura nacional. Detalhe: os problemas identificados são os mesmos vivenciados no passado por esses países que hoje são referência no mercado mundial de carne de ovinos e caprinos. “Há muita informalidade no abate de ovinos e caprinos, é necessário uma formalização da parte agroindustrial”, diz Eduardo Brasileiro, analista de Agronegócio do Sebrae.

De acordo com estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), o Brasil registrou um abate de ovinos de 5 milhões de cabeças em 2012. Mas os números refletem apenas o abate oficial que corresponde a menos de 10% do volume anual. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o rebanho brasileiro de ovinos é 16,8 milhões. A maior parte (55,5%) está concentrada na região Nordeste e 24,4% no Estado do Rio Grande do Sul.

Durante muito tempo, o principal produto da ovinocultura era a lã. Mas a crise da fibra na segunda metade da década de 90 levou a carne a ocupar o lugar da lã. O estudo apontou que 90% das carnes ofertadas são carcaças (inteira e meias) e 10% de corte tradicional (não segmentado). O Brasil importa anualmente de 5 mil a 9 mil toneladas de carne ovina, sobretudo do Uruguai. A constatação evidencia uma demanda ascendente e uma oportunidade para os produtores nacionais. Oportunidade e desafio, uma vez que a carne importada é mais barata do que a produzida no sertão brasileiro.

Um dos caminhos levantados é o investimento em marcas regionais, na diferenciação do produto e no estabelecimento de parcerias comerciais. A marca coletiva Alto Camaquã é um exemplo. Ela envolve produtores de ovinos dos municípios de Bagé, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Lavras do Sul, Piratini, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista, no Rio Grande do Sul.

Jorge Luiz de Dias, criador de ovinos no município de Capava do Sul, é um deles. Por meio de associações, eles tentam se fortalecer no complexo mercado de carne. “Está quase igual a Bolsa de Valores, ora o preço do ovino dispara, ora despenca. Os grandes players comandam o mercado, hoje é preciso muita atenção para não ficar vulnerável”, diz. O criador reclama da falta de seriedade no setor. “Tem empresa que vende borrego (ovino de um a dois anos de idade) como se fosse cordeiro (ovino de até um ano de idade)”, explica. Ele considera que um programa nacional de tipificação de carcaça, que pague pela qualidade iria ajudar. No entanto, salienta a necessidade de especificação de carcaça de acordo com a raça. “Um cordeiro da raça ideal é bem menor que um dorper”, finaliza.

Soluções

O estudo aponta a necessidade de uma melhor estruturação da cadeia da ovinocaprinocultura nacional, a partir de esforços de todos os participantes da cadeia produtiva. Entre as ações propostas estão: a criação de um comitê gestor com membros de todos os elos da cadeia produtiva para a elaboração de um Plano Estratégico Plurianual; um estudo de mercado para saber o perfil de consumo e as peculiaridades de cada região; a elaboração de um sistema de classificação e tipificação de carcaças; a criação de um banco de dados integrado a um plano nacional de melhoramento genético de ovinos e caprinos de corte e a realização de um zoneamento da ovinocaprinocultura brasileira.

Para Brasileiro, a implementação dessas ações é algo de médio e longo prazo. O Sebrae tem projetos de ovinocaprinocultura em 11 Estados e está sugerindo aos gestores que trabalhem nesta linha.

As informações são do Globo Rural, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
 

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