Trata-se do segundo corte de juros desde a piora na crise, a partir de setembro. Em janeiro, o Copom reduziu a Selic de 13,75% para 12,75% --a próxima reunião será nos dias 28 e 29 de abril. A redução de ontem é a maior desde novembro de 2003, quando a taxa caiu de 19% para 17,50% ao ano. Com essa nova redução, a Selic voltou ao nível em que estava em março de 2008, o menor da história.
A medida foi recebida com certa insatisfação pela indústria, comércio e centrais sindicais. Os setores defenderam cortes maiores e mais frequente na taxa para evitar uma recessão no país e estimular o crescimento.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que o corte de 1,5 ponto frustra a sociedade, os agentes produtivos e a indústria brasileira. "Esse movimento de aceleração no corte dos juros, ainda que na direção correta, não tem a intensidade necessária ao momento", afirmou.
"Se não bastasse a queda do PIB, de 3,6% no último trimestre de 2008, um dos piores resultados do mundo, manter alta a taxa de juros vai contribuir para que o Brasil tenha crescimento negativo em 2009", disse Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp). Skaf pediu novos cortes de juros no curto prazo e defendeu a realização de reuniões quinzenais do Copom.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), lamentou a decisão do Copom. "A Selic tinha que ter caído 2 pontos percentuais. O único instrumento que o governo tem para reaquecer a economia é a política monetária, porque a política fiscal se esgotou", afirmou.
Com informações da Folha de São Paulo e Jornal do Commercio Brasil, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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