O tema foi discutido ontem (12/2), em reunião entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e as Câmaras Temáticas de Crédito e de Seguro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo do encontro foi coletar sugestões para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015, que deve ser anunciado em abril pelo governo federal.
A ideia é consolidar um documento com as demandas do setor produtivo, que será encaminhado ao governo para a elaboração do PAP. “É uma grande oportunidade que temos de dialogar e construir uma proposta conjunta para um setor que é vital para a economia”, destacou o 1º vice-presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, que abriu o encontro.
O debate reuniu representantes de secretarias estaduais de agricultura, federações de agricultura e pecuária, entidades do setor agropecuário e de outros elos da cadeia produtiva, bancos, seguradoras e câmaras setoriais do Mapa. Eles abordaram questões como a contratação de crédito rural, os desafios para a próxima safra, financiamento público e privado, subvenção ao seguro rural e apoio à comercialização.
Seguro rural – Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner, alterar a legislação do seguro rural se tornou inevitável, especialmente por conta dos problemas climáticos e de pragas. Segundo ele, deve-se dar sustentação aos produtores, por conta dos riscos a que estão submetidos. “Uma catástrofe pode mudar o cenário econômico de um município em 20, 30 dias”, afirmou.
Na avaliação da superintendente técnica da CNA, Rosemeire dos Santos, apesar de o seguro rural ser um importante instrumento, ainda não está adequado à realidade do produtor rural. “A cobertura ainda é muito baixa e não contempla todas as culturas”, explicou. Para melhorar o uso desta ferramenta, ela defendeu que as seguradoras garantam um nível mínimo de cobertura e que o pagamento do seguro seja feito diretamente ao produtor.
Outro ponto defendido pelos participantes do debate foi a entrada de mais empresas de seguro no setor agropecuário, com o objetivo de estimular a concorrência e baratear os custos. Já o presidente da Câmara Setorial de Seguro Agrícola do Mapa, Antônio Peon, propôs a criação de um cadastro de risco, que avaliaria a dimensão dos impactos dos problemas acarretados à produção nas regiões agrícolas.
Crédito Rural – A simplificação do acesso ao crédito rural também foi abordada no encontro. O presidente da Câmara Temática de Crédito do ministério, Ivan Weddekin, criticou a burocracia para obter financiamento para a safra. “É mais complicado emprestar dinheiro para o produtor do que financiar um automóvel”, afirmou.
A superintendente técnica da CNA defendeu a implementação de um cadastro único para o produtor rural, com o objetivo de dar mais transparência às informações referentes aos mutuários na hora de obter o crédito rural. Ela propôs, ainda, um plano de safra plurianual, mais adequado à realidade e à importância da agropecuária. “O setor hoje é mais complexo do que na época em que a lei do crédito rural foi criada”, justificou.
As informações são da CNA, adaptadas pela equipe AgriPoint
nelsomar pereira fonseca
Mutum - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 16/02/2014
O Sr. Ivan Weddekin foi feliz na sua colocação, pois realmente a burocracia para o crédito rural é muito grande, e é realmente mais fácil fazer a compra financiada de um automóvel ou uma moto, como cidadão comum, que como produtor rural.
Temos que fazer um cadastro, renova-lo anualmente, comprovar renda, nota fiscal das vendas realizadas, certidões no cartório de registro de imóvel, que só tem validade para um ano, se não for no final do ano, pois caso contrário tem que tirar outra no novo ano, enchendo os bolsos do dono do cartório, que cobra R$45,00 por uma certidão, A EMATER-MG exige que o produtor apresente notas ficais de venda de café, leite e derivados fabricação caseira, bezerros, vacas, milho, feijão, arroz, hortaliças, etc.., como comprovantes de renda, como se fosse um órgão fiscalizador do estado, como se todos cumprissem a lei e vendessem com notas.
Quanto o seguro rural, é preciso também acabar com a burocracia na hora de receber os prejuízos, pois quando vai pagar o seguro é rápido e fácil, mais na hora de receber é muito difícil, acho que o produtor deve notificar o sinistro, o banco verificar o prejuízo, e pagar o seguro.
Nelsomar Pereira Fonseca