Essa é a grande aposta do setor para expandir sua produção de alimentos, fibras e biocombustíveis sem entrar em guerra com o meio ambiente. "A agricultura do Brasil já se mostrou competitiva, agora tem de se mostrar sustentável", diz o pesquisador e ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Silvio Crestana. "Do ponto de vista racional, não precisamos derrubar mais nada."
A receita para isto chama-se integração lavoura-pecuária (ILP). O sistema consiste em fazer uma rotação de usos da terra, aproveitando a capacidade fertilizadora da agricultura para rejuvenescer os solos desgastados pela pecuária. Florestas plantadas podem entrar como um terceiro componente, tanto na forma de silvicultura (benefício econômico) quanto de reflorestamento (benefício ambiental), ampliando a sigla para ILPF (lavoura-pecuária-floresta). Cerca de 3 milhões de hectares estão produzindo nesse sistema, com diferentes graus de integração.
A implementação custa cerca de R$ 2 mil por hectare. "O retorno econômico é maior e mais rápido do que se o produtor recuperar o pasto só com fertilizantes", diz o pesquisador Luís Barioni, da Embrapa Informática Agropecuária. A planta favorita para começar o serviço é a soja, por sua capacidade de fixar nitrogênio.
Em 2006, segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, o Brasil tinha 172,3 milhões de hectares de pastagens para 169,9 milhões de cabeças de gado (média de 0,98 animal por hectare). Com manejo adequado, essa lotação pode chegar a 1,5 animal por hectare.
O Ministério da Agricultura lançou em 2008 o Programa de Produção Sustentável do Agronegócio, para injetar R$ 1 bilhão na recuperação de pastagens. A Embrapa já treinou 1.300 técnicos para ajudar os produtores a trabalhar com ILP. O apoio técnico e financeiro é essencial para que o sistema ganhe escala. As dificuldades são tanto tecnológicas quanto culturais. Quem sempre trabalhou com pecuária não tem o conhecimento nem o maquinário necessários para fazer lavoura, ou vice-versa.
A reportagem é de Herton Escobar, para o jornal Estado de SP, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
celso de almeida gaudencio
Londrina - Paraná - Produção de leite
postado em 30/09/2009
No sistema de integração agropecuária o maior beneficiado é a lavoura de grãos.
O capim sob solo adubado é terra protegida da ação do tempo, dos animais e dos homens.
O sistema misto de lavoura e pasto (integração agropecuária) é complementar, onde a lavoura de grãos adubada conduz a recomposição química e o pasto por dois ou mais anos melhoram os atributos físicos do solo.
Não existe pastagem degradada o que existe é solo com limitação química sob pastagem com baixa produção forrageira. Mas cuidado ao aumentar a capacidade de suporte dos pastos em 50 milhões de hectare para não abarrotar de bois o mercado.
Aumentar o índice de produtividade da pecuária de corte a pasto em 0,5 UA (unidades animais) por hectare (UA de 450 kg de peso corporal por hectare) em 50 milhões de hectares de pasto sob solo com limitação química, resultaria em um acréscimo de 25 milhões de unidades animais. Teríamos que encontrar mercado antes de se envolver nesta empreitada.
Sem querer discordar no sistema misto (integração agropecuária) o maior beneficiado é a lavoura de grãos, então seria mais urgente instituir o sistema em áreas de monocultura de soja, mas isso constitui assunto para especialistas em ecossistemas rurais.
O solo sob pastagem devem ser gradativamente corrigido e adubado, e a pressão de pastejo mantida e não aumentada, para que não ocorra degradação do mesmo- o solo, portanto não devem ser aumentados os índices de produtividades na bovinocultura de corte.