Quem está comandando a avaliação deste projeto é o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), que já constatou o interesse de pelo menos dez associados dispostos a investir em uma nova fábrica. Sem revelar quais são as empresas envolvidas, o vice-presidente do Sindirações, Ariovaldo Zanni, informa apenas que são multinacionais que já atuam no segmento de nutrição humana e animal no Brasil, mas que dependem de componentes importados.
"Por enquanto, estamos na fase de estudo de viabilidade. Já passamos dados de mercado para o governo, que nos pediu para avaliar os pontos fracos e fortes, além das ameaças e oportunidades que uma indústria dessa poderia trazer para o mercado", afirma o vice-presidente do Sindirações, Ariovaldo Zanni.
As negociações com o governo envolvem três ministérios - Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Essa aproximação com o governo não é por acaso. Mesmo com o interesse, o setor privado cobra uma contrapartida que passa por vantagens fiscais e tributárias, bem como financiamentos públicos, vindos principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Esses produtos importados são aditivos, misturados às rações formuladas para alimentação animal. Entre os principais estão algumas vitaminas e aminoácidos, que são utilizados para melhorar o desempenho produtivo dos animais e considerados estratégicos pela indústria. "Até 2050 a demanda por carnes vai crescer 70% sobre o que se produz hoje. Não há como praticamente dobrar a produção sem o uso desse tipo de tecnologia para atender aos critérios sustentáveis de produção", afirma Zanni.
Além de reduzir as importações do setor, a produção desses nutrientes no Brasil reduziria a dependência nacional dos fornecedores estrangeiros. O executivo do Sindirações lembra que no período dos jogos olímpicos de Pequim, os fornecedores chineses - que respondem por 30% do abastecimento brasileiro - simplesmente deixaram de exportar por aproximadamente seis meses, para reduzir o volume de emissões e contribuir para o controle da poluição.
"Os nutrientes são para a pecuária o que os fertilizantes são para a agricultura. Não podemos correr o risco de ficar desabastecidos", afirma Zanni.
A matéria é de Alexandre Inacio, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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