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Sistema agropecuário de produção integrada da caprinocultura leiteira no bioma caatinga

postado em 03/01/2014

5 comentários
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Autoras:

Viviane de Souza - Pesquisadora da área de Qualidade do Leite da Embrapa Caprinos e Ovinos em Sobral, CE. Médica Veterinária e Doutora em Medicina Veterinária Preventiva pela Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Jaboticabal-UNESP/SP.

Selene Daiha Benevides - Pesquisadora da área de Tecnologia de Embalagens para Alimentos da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE. Engenheira de Alimentos e Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa-UFV/MG.

O mercado de leite de cabra no Brasil apresentou um crescimento significativo nos últimos anos, devido à demanda dos consumidores dos grandes centros urbanos e das compras governamentais, especialmente na região Nordeste, com o intuito de inserir o leite de cabra na merenda escolar. Nesse contexto, surgem novas exigências relacionadas à qualidade e à necessidade de se produzir alimentos sem riscos à saúde do consumidor.

O Sistema Agropecuário de Produção Integrada (SAPI) foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e é uma política pública voltada à obtenção de alimentos seguros, para atender exigências sanitárias, tecnológicas, ambientais e sociais desse novo mercado consumidor. Visa gerar uma certificação com base no atendimento a diversos requisitos, entre eles, o respeito à legislação trabalhista, às normas ambientais, à aplicação das Boas Práticas Agropecuárias (BPA) e ao controle efetivo de todo processo produtivo.

É um sistema que abrange programas como a Produção Integrada de Frutas (PIF), as Boas Práticas Agropecuárias (BPA), Indicações Geográficas (IG) e outras certificações, o qual se torna instrumento de apoio aos segmentos produtivos com o objetivo de elevar os padrões de qualidade e competitividade dos produtos agropecuários brasileiros. Entre eles, estão a Produção Integrada de Soja no Paraná; Arroz Irrigado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins; Café Arábica em Minas Gerais; Amendoim em São Paulo, Ceará e Paraíba; Tomate Indústria em Goiás e Minas Gerais; Tomate Mesa no Espírito Santo; Batata em Minas Gerais; Bovinos de Leite no Paraná; Bovinos de Corte no Mato Grosso do Sul e São Paulo; Bovino de Corte (Integração Lavoura/Pecuária) em Goiás; Caprinos/Ovinos no Ceará e Apicultura em Santa Catarina.

A Embrapa Caprinos e Ovinos está coordenando atualmente o Projeto de Produção Integrada da Caprinocultura Leiteira, financiado pelo MAPA/CNPq, e tem o Cariri Paraibano, no Estado da Paraíba, como sede do Projeto-Piloto.

O Projeto visa a elaborar normatizações relacionadas a diversos requisitos exigidos para a implantação do referido sistema, ressaltando-se que a sua adesão é voluntária, portanto, participam do sistema somente os produtores que desejam a certificação da Produção Integrada. A Paraíba foi selecionada para ser a sede do Projeto-Piloto por possuir considerável bacia leiteira, com produção diária em torno de 12 mil litros de leite de cabra, além de ser um dos estados do país que possuem melhor organização da cadeia produtiva, resultado do empenho de produtores e da constante busca de apoio por meio dos órgãos governamentais, instituições de pesquisa e agências de fomento.

Como a elaboração das normas é uma tarefa multidisciplinar, várias instituições e órgãos dos governos federal, estaduais e municipais, além de instituições privadas e afins ao processo estão envolvidas, entre elas, Superintendência Federal de Agricultura na Paraíba-SFA/PB, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba-Emater/PB, Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba-Emepa/PB, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba-Sebrae/PB, Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca da Paraíba-Sedap/PB, Sindicato dos Produtores Lácteos da Paraíba-Sindileite/PB, Universidade Federal da Paraíba/UFPB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, Banco do Nordeste/BNB. Essas instituições estão comprometidas desde a formação do Comitê Gestor do projeto criado para a tomada de decisões, visando ao alcance das metas estabelecidas quando da elaboração do projeto. Várias reuniões foram realizadas no Estado, resultando em avanços na programação para a adequada execução das atividades.

A fase atual é de “Implementação e Validação”, em duas propriedades localizadas em Gurjão e em São Sebastião do Umbuzeiro. Foram realizados diagnósticos das condições atuais da propriedade nas seguintes áreas: ambiental, qualidade do leite, sanidade, manejo alimentar, produção de volumoso, economia e gestão, além da avaliação ex-ante dos impactos socioambientais do uso das tecnologias pelos produtores. Procedeu-se ainda à coleta de amostras de diversos materiais para diagnósticos laboratoriais e, após a discussão dos resultados entre os produtores e a equipe do projeto, foram disponibilizados os seguintes processos e tecnologias: kit Embrapa de Ordenha Manual® para caprinos leiteiros; controle de verminose com utilização do teste FAMACHA© (Faffa Malan Chart); medidas de controle da linfadenite caseosa; primeiros cuidados com o recém-nascido; recomendações nutricionais para o rebanho; recomendações de escrituração zootécnica e contábil.

Todo o sistema está sendo acompanhado pelo Comitê Gestor e por profissionais especializados nas mais diversas áreas do setor da caprinocultura leiteira, desde a produção do leite até a comercialização, passando por atividades de capacitação de técnicos e produtores com relação à adoção das Boas Práticas Agropecuárias (BPA), manejo do rebanho, saúde animal, controle de resíduos, escrituração zootécnica e identificação de origem.

Espera-se, portanto, que as comunidades se apropriem desses conhecimentos e tecnologias e que os resultados sejam revelados em melhoria nos padrões de qualidade e das práticas higiênico sanitárias para a produção de leite de cabra e derivados. Há grande expectativa de que a produção leiteira possa aumentar em consequência da melhoria na eficiência durante a produção, o que certamente irá gerar benefícios aos produtores, com a possibilidade de melhoria de acesso aos mercados. Já para os consumidores, espera-se que tenham maior acesso a alimentos padronizados e seguros, atendendo às exigências desse novo perfil de consumidores.

 

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Comentários

mauro vicente da silva

Maceio - Alagoas - Ovinos/Caprinos
postado em 06/01/2014

os sertanejos estão cansados das esmolas doadas  pelo  governo federal . porque não se abrange um  projeto  como este em toda região do nosso semiárido.

Mario

Aracaju - Sergipe - Pesquisa/ensino
postado em 08/01/2014

Porque a mao de obra especializada para esta atividade no que tange a Sistemas Silvipastoril e infimo.
Grato

Alcivan José Rodrigues de Oliveira

Caiçara do Norte - Rio Grande do Norte - Produção de caprinos de leite
postado em 09/01/2014

           O Brasil também é rico em pesquisas exitosas, o grande desafio é torná-las públicas ao alcance dos produtores.

Edmundo Rodrigues Júnior

Sobral - Ceará - Produção de ovinos de corte
postado em 24/03/2014

Desejo receber informações em geral sobre caprinos e ovinos

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 21/11/2014

Alô Pernambuco. Cadê você . Estou aqui querendo te vê . No passado, quando não havia o "bolsa família" quase toda família que morava na área rural mantinham cabras de leite para alimentar seus filhos ,pois, não podiam criar vaca por ser difícil a sua alimentação ou por não ser permitido pelos  donos das terras onde moravam. Hoje, muitas famílias moram na cidade , tem dinheiro  todo mês, e assim esqueceu-se  da Mãe Terra Sagrada e da Cabra (mãe de leite dos mais velhos)  Tenho medo de que estas falsas rendas um dia acabem e que as cidades virem um caus e que o alimento do home fique escasso. Vamos trabalhar gente forte.  Abraços.  

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