Como resultados, serão publicados os dados econômico-financeiros comparativos bem como as informações técnicas que possibilitem a implantação desses sistemas pelos pequenos agricultores em cartilhas informativas a serem distribuídas aos interessados. Além disso, o projeto servirá de aprendizado aos alunos do curso de tecnologia em agronegócios sobre as questões gerenciais desses sistemas complexos, oferecendo estágios e oportunidades para o desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso.
A contribuição para o desenvolvimento regional é evidente na medida em que os sistemas silvipastoris surgem como alternativa para agricultores familiares, diz a pesquisadora Cristina Maria Pacheco Barbosa, coordenadora do projeto. Isso porque possibilita o rendimento contínuo, além do máximo aproveitamento da terra, garantindo também benefícios para o meio ambiente.
No entanto, observa a pesquisadora, esses sistemas são complexos e precisam ser avaliados quanto à sua viabilidade técnica e econômico-financeira antes de serem divulgados como alternativa aos pequenos produtores. Cabe aos órgãos competentes dar essa segurança aos produtores rurais por meio de estudos. É aí que entram instituições como a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), por meio da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Itapetininga; a Fatec (Unidade Itapetininga) e a Cati.
Resultados esperados
Os resultados desse projeto serão disseminados por capacitações realizadas pelo grupo de pesquisa e em ações específicas de cada área (dias de campo, palestras, cursos de curta duração, fôlderes, boletins técnicos, implantação de unidades demonstrativas em propriedades parceiras, dentre outros). Como o estudo tem a participação de alunos e professores da Fatec, os resultados também serão disseminados via trabalhos de conclusão de cursos e monografias, por exemplo.
O término do projeto está previsto para dezembro 2014. Além da publicação em periódicos específicos, os dados de pesquisa serão apresentados em eventos importantes como Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (2011, 2012, 2013 e 2014) e Congresso Internacional de Sistemas Silvopastoriles, na Argentina (2012).
Sistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestais, com a utilização de Eucalyptus spp. para a produção de madeira, podem ser considerados como uma alternativa para pequenos produtores no Sudoeste Paulista, conforme a pesquisadora. Não apenas integram a produção de madeira de alto valor no mercado, porém com ciclos produtivos longos (de seis, sete anos), com a produção de alimentos, como também permitem ao pequeno agricultor obter renda contínua, reduzindo o impacto ambiental das plantações em grande escala.
A principal limitação para o desenvolvimento destes sistemas integrados para o pequeno produtor é a falta de informações técnicas na região para possibilitar sua implantação. A região de Itapetininga apresenta condições edafoclimáticas muito favoráveis ao cultivo do eucalipto, com a produtividade regional entre as maiores do Brasil e do mundo (35-55 m3 de madeira/ha/ano).
O preço da madeira de eucalipto tem aumentado significativamente nos últimos anos, tornando a cultura altamente rentável na região, observa Cristina. "No entanto, essa vantagem econômica é muito pouco aproveitada pelos pequenos agricultores pela falta de informações técnicas sobre o plantio de eucalipto, que majoritariamente é plantado como maciços florestais por empresas de grande porte ou por agricultores em sistemas de fomento florestal, dificultando seu plantio pelo pequeno agricultor."
Outro entrave é o fato de essa cultura possuir um ciclo longo. "O pequeno agricultor que precisa de fonte de renda contínua para garantir seu sustento não tem condições financeiras de esperar até o final do ciclo para obter o retorno financeiro."
As informações são da Assessoria de Comunicação da Apta, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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