Absorver esse aumento de produção não deverá ser um problema, uma vez que pelo menos 60% da carne ovina consumida no estado é importada. Entretanto, a atividade enfrenta alguns importantes gargalos, como manejo inadequado, falta de mão-de-obra especializada, informações técnicas pulverizadas, alto custo de produção, falta de padrão na carcaça, falta de associativismo.
Para atenuar estes problemas o Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura paulista, criou o Programa de Consolidação da Ovinocultura, para fortalecer a assistência a pequenos criadores e à cadeia produtiva, evitando que erros simples de manejo levem à desistência de uma atividade de grande potencial no estado.
Entre os objetivos, está a criação de um programa único para São Paulo. A Secretaria tem várias unidades de pesquisa em todo o estado, sendo que o IZ será o coordenador dessas pesquisas em relação aos ovinos, enquanto as unidades regionais focarão em pesquisas que sirvam às características de cada região.Outro objetivo é aproximar as unidades de pesquisa do produtor e da cadeia produtiva, que cresce rapidamente.
Outras instituições também estão atuando para melhor estruturar o setor de ovinocultura, como a Associação Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco), que, em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SP), idealizou um curso de formação de mão-de-obra em ovinocultura.
Outro grande problema enfrentado pelo produtor é a comercialização legal de seus animais para abate. O número reduzido de frigoríficos inspecionados aumenta a distância entre a fazenda e a indústria, o que muitas vezes inviabiliza o transporte dos animais, principalmente em pequena escala, característica predominante nos rebanhos paulistas.
Esse problema pode ser contornado com o confinamento coletivo, que reúne animais de vários produtores, formando lotes maiores e reduzindo o custo com frete. Além disso, a terminação coletiva dos animais permite melhor padronização da carcaça, aumenta poder de negociação dos produtores e dilui custos fixos.
A idéia do confinamento coletivo, concretizada pela Aspaco, iniciou-se em Fartura (SP). Hoje já existe em várias regiões, como Araçatuba, São José do Rio Preto, Bauru e Votuporanga.
As informações são do Estado de São Paulo.
Octávio Rossi de Morais
Sobral - Ceará - Pesquisa/ensino
postado em 31/01/2008
Também tendo a acreditar que o rebanho mineiro seja maior que o levantado pelo senso do IBGE. Da mesma forma que o senso aponta 460 mil ovinos em São Paulo e as entidades estimam 1 milhão, a fonte oficial contabilizou 225 mil em Minas, enquanto que estimamos 400 mil. No entanto, se nós estivermos corretos, e a mesma defasagem for verdadeira para todo o Brasil, o rebanho nacional seria de 26 milhões de cabeças... será? Por outro lado considero que 1 milhão de matrizes seja um tanto exagerado, pois significaria cerca de 2 milhões de cabeças no estado de São Paulo.
Não importa, o que importa realmente é que há uma grande expansão da ovinocultura e nós pesquisadores não podemos ficar alheios a essa tendência. Parabéns a todos envolvidos nessa empreitada de organizar a ovinocultura paulista.