A queda da oferta e a contínua demanda fazem surgir ótimas oportunidades de negócios para os produtores em todo o estado. Nesses dois anos acompanhando o mercado, o índice do cordeiro não verificou preços tão altos. Surpreendentemente tivemos preços mínimos de R$ 3,60/kg PV nas regiões de São Paulo e Araçatuba. Os preços máximos foram R$ 4,50/kg PV e R$ 4,15/kg PV em Campinas e Sorocaba, respectivamente.
A situação deve ser encarada como uma ótima oportunidade, não apenas em relação aos bons preços, mas em relação à conquista do mercado paulista pelo cordeiro nacional. Várias churrascarias e restaurantes enfrentaram uma situação interessante: sentiram falta da carne uruguaia, pois muitos deles utilizavam a carne importada como marketing, sem conhecer a nacional. Com a entrada do produto brasileiro nesses pontos de venda, os próprios consumidores sinalizaram a preferência pelo cordeiro produzido no Brasil. Vale lembrar que os perfis da carne dos cordeiros uruguaio e brasileiro são bem diferentes, principalmente pela idade de abate.
Após esse período alguns atores da cadeia especulavam sobre a estabilização dos preços pelo valor mínimo, mas não foi o ocorrido nas semanas seguintes. Na maioria dos casos foi observada tendência de estabilização dos preços nos valores mais altos praticados, devido a baixa oferta e a demanda com tendência de aumento. No mês de julho foram observadas grandes oscilações. A partir da semana do dia 05/07 o menor preço praticado foi R$3,60/kg vivo ou R$8,00/kg carcaça referente a região de São Paulo. Na mesma semana o preço praticado mais alto foi da região de Bauru a R$4,80/kg vivo. Na semana seguinte (12/07) a região de Sorocaba apresentou variação de 12,17 pontos percentuais em relação ao ultimo preço cotado, ao valor de R$ 10,50/Kg carcaça, já a região de Marília apresentou queda de 9,46 pontos percentuais indo de R$4,00 para R$3,70/kg vivo. Nas demais semanas os preços mantiveram mínima de R$3,70/kg vivo ou R$8,22/kg carcaça e máxima de R$4,84/kg vivo ou R$10,75/kg carcaça. Com a falta das carnes, há dificuldade ainda maior para se encontrar cordeiro, e algumas empresas não conseguem abater animais todas as semanas do mês.
Este quadro deve se manter até o final de agosto, podendo haver maior oferta de cordeiro no período de safra que se inicia em setembro devido à estacionalidade reprodutiva dos animais do Sul e do Uruguai.
O boletim mensal do indicador de preço do cordeiro paulista é do Centro de Inovação tecnológica e Extensão Universitária da Faculdade de Engenharia de Alimentos e Zootecnia (FZEA) da USP, campus de Pirassununga, adaptado pela Equipe FarmPoint.
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