A reunião teve início com as palavras de Arnaldo dos Santos Vieira Filho, presidente da ASPACO (Associação Paulista dos Criadores de Ovinos) e da Câmara Setorial de Ovinos e Caprinos. Ele comentou que o rebanho de ovinos e caprinos vem crescendo assim como o aumento de profissionalização do setor. "Não é em épocas de adversidades que as pessoas desistem, deve haver persistência. Cada vez mais as qualidades e características da carne ovina vêm sendo descobertas. Nosso maior problema hoje é produzir e estruturar a cadeia, mas estamos batalhando e esperamos contar com o apoio total da Secretaria da Agricultura".
Dando sequência, a secretária da Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, pediu para que as reuniões tragam a realidade nua e crua para as Secretarias. "Estamos desenvolvendo alguns trabalhos interessantes relacionados à sanidade e integração-lavoura-pecuária-floresta. É importante conhecermos as demandas e as dúvidas aqui levantadas". Ela enfatizou a importância de fazer reformas nas pastagens brasileiras, tanto para bovinos como para ovinos e caprinos e completou dizendo que há uma equipe muito boa para fazer isso. "A demanda coordena o nosso trabalho. Temos um equipe de técnicos, mas precisamos conhecer o que é demandado para colocar à disposição do setor toda nossa equipe".
A discussão sobre sanidade deu-se início com a palestra da pesquisadora do Instituto Biológico, Maristela Vasconcelos Cardoso, que mostrou resultados finais de pesquisas sobre manejo sanitário de ovinos e caprinos. Ela introduziu o debate expondo o trabalho financiado pela Fapesp e que vem sendo desenvolvido desde 2006. Este, contempla 2 fases:
1) Triagem dos rebanhos de uma determinada região do Estado de São Paulo para justificar a ampliação do trabalho para outras regiões. "Em 2008, desenvolvemos a primeira fase do projeto, quando detectamos parte dos problemas e justificativas para continuar pesquisando. A partir de 2009, a Defesa Sanitária entrou no jogo porque não tínhamos como fazer as coletas do material clínico no campo", disse Maristela.
2) Execução de toda parte laboratorial. Análise e compilação dos dados. Maristela frisou que agora estão divulgando os dados para que possam penetrar no corpo técnico e entre os produtores, para melhorar o produto no final.
"O principal objetivo foi estudar a situação sanitária dos rebanhos de ovinos e caprinos. Coletamos fezes, sangue, leite e soro sanguíneo conforme a amostragem ideal que estipulamos. O diagnóstico variou dependendo do tipo de agente pesquisado e a doença que mais chamou atenção foi a toxoplasmose. Nós sabíamos que existia mas não tínhamos noção de quanto está em alta. Ela causa problemas sérios nos humanos e não sabíamos que estava no pé que está. A maioria das outras enfermidades estão dentro do padrão. CAEV por exemplo, ficou dentro do esperado", destacou ela.
Maristela finalizou a palestra dizendo que não adianta falar sobre financiamento e não prestar atenção na sanidade, pois sem ela a cadeia não vai pra frente. "Nós do Instituto não temos gasolina para sair de carro para pesquisar. A cadeia produtiva tem que entender que "fazer pesquisa" está complicado, pois estamos conseguindo realizá-las por agências de fomento e vontade própria".
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO) encerrou o debate comentando que há mais de 15 anos estão tentando trabalhar com o Ministério e nada saiu. "Nós não temos controle sanitário nenhum e vai continuar assim se os estados não quiserem fazer nada. Estamos montando o Programa Mais Ovinos no Campo mas hoje nem para o Paraguai nós conseguimos exportar. Já existe inclusive um frigorífico brasileiro que arrendou uma planta no Uruguai para ter volume de produção. Precisamos aumentar o nosso rebanho e focar em sanidade. Falta extensão, nosso técnicos não conhecem ovelhas e elas tem suas peculiaridades", pontuou o presidente.
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Equipe FarmPoint
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