Os ovinocultores estão se organizando. A criadora de ovinos, Bia Biagi, explica a importância das reuniões. "São discussões a respeito de orientações técnicas como manejo, parte sanitária, palestras técnicas. Tudo isso facilita o entendimento dos criadores e aqueles que têm interesse em começar na atividade", destaca.
O consultor de empresas, Rivaldo Marquezzi tem uma pequena criação de ovinos em Batatais. Ele vê na atividade oportunidade de diversificar os negócios com rentabilidade. "Para que eu obtivesse 12 kg limpos de carne de cordeiro eu teria que esperar oito meses. Agora com o manejo racional - cruzamento industrial de Dorper com Santa Inês eu consigo o mesmo peso com quatro meses", argumenta o consultor.
O Brasil está em 18º lugar no mundo em criação de ovinos. Tem 16 milhões de cabeças entre matrizes, reprodutores e animais para o corte. O abate brasileiro é de 270 mil cordeiros por ano. Para abastecer o mercado interno seria necessário o abate de oito milhões de animais, segundo a Associação Paulista de Criadores de Ovinos.
E para ter um rebanho de qualidade, o manejo tem que ser correto e seguido a risca. Os ovinos são animais frágeis ao ataque de verminose e o trabalho preventivo é fundamental como esclarece o médico veterinário Pedro Acácio Barrufini Neto, "é ideal que o criador faça a cada 30 ou 40 dias exame de OPG. E dentro de cada propriedade é necessário usar uma tabela para avaliar quais animais vão precisar ou não de vermifugação".
E complementa: "a vacinação é outro item fundamental como método preventivo". Para que a atividade cresça é necessário unir forças. Um criador sozinho tem maior dificuldade para se manter na atividade. Uma recente parceira entre o SEBRAE e a Coopercana vai auxiliar os cooperados que já criam ovinos e aqueles que pretendem diversificar a atividade principal com a ovinocultura. Flaviane Castilho, analista de projetos do SEBRAE comenta: "O SEBRAE não atende projetos individuais, então é importante que produtores estejam associados a alguma cooperativa. O projeto é sempre macro para atender um maior número de interessados. Nós entramos com algumas ferramentas de consultoria, de orientação para o pequeno produtor".
Com essa parceria os criadores passam a ter um confinamento coletivo. Depois do período da amamentação, os ovinos são levados para o confinamento em uma área da Coopercana onde recebem dieta especial de engorda para uma maior produtividade e melhor valorização da carcaça. E um detalhe que faz diferença: os criadores são auxiliados na comercialização. "Com a Cooperativa, os cooperados têm maior atenção porque a cooperativa tem equipe técnica. Oferecemos o crédito através do banco, e tudo isso auxilia o cooperado", comenta Pedro Esrael Bighetti, diretor da Coopercana, em Sertãozinho.
As informações são do portal Raízes da Terra, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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